domingo, 26 de junho de 2011

Laban e os sólidos platônicos

Achei tão interessante a utilização das formas geométricas por Laban que procurei mais informações a respeito.

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Encontrei um livro muito interessante chamado Dicionário Laban, de Lenira Rangel, disponível no Google Livros. Nesse livro, encontrei a definição de poliedro:

POLIEDRO
Poliedro é um corpo e/ou sólido tridimensional que apresenta superfície planas (poli=vários; edro=face). Os poliedros são também conhecidos por sólidos platônicos e poliedros regulares. As superfícies dos poliedros são denominadas faces. As faces dos poliedros são polígonos ou figuras geométricas planas. Os lados das faces recebem o nome de arestas e os pontos onde as arestas se encontram são denominadas de vértices. Duas faces consecutivas formam um ângulo diedro (di=dois; edro=face). Os poliedros recebem denominações de acordo com o número de faces que apresentam.

A arquitetura de Laban se constrói com base nos poliedros, pois vê neles "leis universais cósmicas" que refletem a semelhança entre este fluxo universal e o movimento humano em todos os níveis: "mental, físico e espiritual" (LABAN, apud NEWLOVE, 1999).

"As formas poliedrais embutem-se uma dentro da outra como bonecas russas" (NEWLOVE, 1999, p. 29)

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Mais especificamente sobre os sólidos platônicos, achei um site com muitas informações a respeito. Pelo que percebi, se trata de uma seção do site da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Achei interessante a questão histórica dos sólidos platônicos pois tem muita relação com o que já discutimos nas aulas da professora Ruth a respeito das ciências e sua relação com a arte:

Grandes filósofos e matemáticos dedicaram a vida ao estudo da geometria. Enquanto a escola pitagórica, por exemplo, tinha como lema "Tudo são números" a escola de Platão (a Academia) tinha escrito sobre a porta: "Não entre aqui ninguém que não seja geométra".
 
Platão foi o primeiro matemático a demonstrar que existem apenas cinco poliedros regulares: o cubo, o tetraedro, o octaedro, o dodecaedro e o icosaedro. A eles se referiu no seu dialogo "Timeu", por esse motivo esses cinco poliedros regulares passaram a ser designados por sólidos platónicos.

Para Platão, o Universo era formado por um corpo e uma alma, ou inteligência. Na matéria havia porções limitadas por triângulos ou quadrados, formando-se elementos que diferiam entre si pela natureza da forma das suas superfícies periféricas.

I. Se fossem quadradas, teríamos:

o cubo - elemento terra.
 
                          

II. Se fossem triângulos equiláteros, teríamos:

o tetraedro - o elemento fogo.

          
 
o octaedro, - o elemento ar.
                              
          
 

o icosaedro - o elemento água.
  
          
 
III. Se fossem pentágonos, teríamos:

o dodecaedro -  simbolizava o Universo.
 
            

Embora chamados Platónicos, Proclus atribuiu a construção destes poliedros a Pitágoras, supondo-se que é também a ele que se deve o teorema: "Há somente cinco poliedros regulares".
 
Hoje sabe-se que o teorema só é verdadeiro para os poliedros regulares convexos. Alguns séculos mais tarde, em 1597 Kepler, inspira-se nos poliedros regulares para estudar o movimento dos seis planetas até então conhecidos (Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vénus e Mercúrio) e publica a sua obra "The Cosmographic Mystery", onde utiliza um modelo do sistema solar composto por esferas concêntricas, separadas umas das outras por um cubo, um tetraedro, um dodecaedro, um octaedro e um icosaedro para explicar as distâncias relativas dos planetas ao sol.


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Finalmente, para coroar essa relação entre arte e ciência, achei um texto sensacional da professora Marta Simões Peres, relacionando a vida e obra do astrônomo Johannes Kepler ao bailarino e coreógrafo Rudolf Laban. Segue abaixo apenas um trecho, como "aperitivo", mas não deixem de ler o texto na íntegra.

Kepler e Laban: um era astrólogo e astrônomo, termos sinônimos à época (1); o outro, arquiteto, artista plástico, bailarino, coreógrafo, precursor da ergonomia e inventor de um sistema de notação do movimento do corpo humano. O que nos levaria a reunir estas duas importantes figuras da ciência e da arte, separadas no tempo por um intervalo de três séculos? Não haveria uma melhor interseção para os diversos campos do saber por que transitaram que seu atributo de ‘matemáticos’. Nos estudos de ambos acerca do ‘movimento dos corpos’, fossem celestes ou humanos, identifica-se a grande importância assumida pela geometria. Além disso, partilhavam do interesse pelos ‘sólidos regulares’ ou ‘perfeitos’, também chamados de ‘platônicos’ ou ‘pitagóricos’. Presentes na obra de Platão (428-347 a.C.), os mesmos foram objeto de estudo de Pitágoras de Samos, filósofo pré-socrático do século VI a.C., célebre pelo teorema a respeito dos catetos e hipotenusa do triângulo retângulo (2).

Dando um salto no tempo, pioneiro na utilização da física-matemática para explicar os fenômenos celestes, Kepler (1571-1630) é considerado um dos personagens mais fascinantes da História da Ciência. Enquanto Kepler construiu toda uma cosmologia baseada em sua convicção de que as órbitas dos planetas do sistema solar deveriam seguir o padrão dos sólidos regulares, inscritos sucessivamente num cálice, Laban situou, no interior destes sólidos, os movimentos do corpo humano.

NOTAS:
(1) Até o final do século XVII, não existia distinção semântica para os termos ‘astrônomos’ e ‘astrólogos’, empregados indiferentemente, abrangendo, inclusive, os ‘médicos’, todos chamados de ‘mathematicus’. Somente no século XVIII passariam a existir limites entre as disciplina análogos aos atuais.

(2) Pressupondo uma identidade divina fundamental entre os seres, Pitágoras concebia todas as coisas sob a forma de números. A purificação da alma deveria ser buscada por meio do trabalho intelectual visando à harmonia das proporções do cosmo. Na variação do som pelas diferentes extensões da corda de um instrumento, ele observou a relação entre música e matemática. Postulou que os primeiros números representariam o que há de essencial no universo: o ponto, a linha e o plano.

sábado, 25 de junho de 2011

Entrevista

Quem?
Entrevistei um dos diretores da Associação Amigos da Fanfarra de Caieiras, que além de ser músico da Fanfarra de Caieiras há 30 anos, também é professor de percussão, tuba e teoria musical, além de ser músico da Orquestra Filarmônica de Caieiras.

Onde?
Na sala da minha casa.

Entrevista
Durante uma performance musical, o entrevistado utiliza posturas diferentes, de acordo com o instrumento que está tocando. Ao tocar tuba, procura manter o corpo ereto, porém relaxado, de forma a proporcionar um melhor aproveitamento da respiração e um melhor desempenho na execução do instrumento. Já na percussão a postura é mais à vontade  justamente para facilitar a execução de vários instrumentos ao mesmo tempo, como na bateria.

Ele deixa claro que as posturas podem ter vantagens e desvantagens de acordo com o tipo de instrumento e repertório que se está trabalhando. Na música erudita, é mais fácil e mais estético trabalhar com o corpo ereto, entretanto quem toca na percussão faz muito mais movimentos, não ficando nessa postura o tempo todo. Na música popular é muito mais difícil trabalhar com o corpo ereto, pois tanto para o baterista, que fará as famosas "viradas" e cruzará os braços para tocar o chimbal e a caixa, ou para o percussionista que está tocando tumbadora, um instrumento que requer mais "gingado", a postura erudita não é muito conveniente, pois acabará dificultando a execução do instrumento e não trará benefícios estéticos.

Não precisou fazer nenhuma adaptação em seu corpo para tocar, pois, em suas palavras, os instrumentos já foram feitos de forma a aproveitar a fisiologia do corpo: a forma de respirar, a posição das mãos para segurar a baqueta ou para tocar bongô, por exemplo. Apenas é necessário o estudo para se ter o condicionamento dos movimentos utilizados, aumentar a capacidade respiratória, criar resistência muscular.

Nas aulas, procura observar o corpo do aluno, pois cada um é diferente, adaptando as técnicas do instrumento para obter um melhor resultado para o aluno. Alguns têm mãos maiores, alguns tem mãos menores, alguns tem naturalmente mais agilidade do que outros. Para auxiliar nisso, sempre observou muito outros músicos profissionais, em concertos e apresentações ao vivo, pela TV, vídeos, pois muitos deles também tiveram que adaptar alguma característica do seu corpo.

Considerações
Achei muito interessante fazer essa entrevista, pois acredito que as informações não fluiram apenas em um sentido. Apesar de estar conduzindo as perguntas e meu entrevistado fornecendo as respostas, tenho certeza que ele, através desses questinamentos, passará a destinar mais atenção à participação do corpo em todo o processo musical.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Músicas para ações do esforço

Torcer/Pontuar

Lamidbar (Mawaca)


Chacoalhar

Modulado (Altamiro Carrilho)


Flutuar

O Ultimo Dia de Cada Ano (Corciolli)


Pressionar

O Carnaval dos Animais - O Cuco no meio do bosque (Camille Saint Saens)


Socar/Chicotear

Carry On (Angra)


Deslizar

Canta, Canta Mais (Vania Bastos)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Relato de Aula - 15 - Psicologia da Educação

Curriculo em espiral = aprofundando cada vez mais.

"A solução estaria provavelmente em alguma modificação ou na abolição do sistema de graus ou séries em algumas disciplinas" (Bruner, 1950)

Estrutura fundamental da matéria de estudo:
- fundamentos
- memória humana

História - O que interessa mais: A sequência de reis da França ou a estrutura da Revolução Francesa?

Distância entre conhecimento "avançado" e o conhecimento "elementar".

Há certas idéias recorrentes que aparecem virtualmente em todos os campos da ciência.

Perquisar: Música e Matemática

Relato de Aula - 15 - Didática

Filme: Ponto de Mutação

Vivemos uma "crise de percepção e de atitudes"

Mundo subatômico: interdependência

3 níveis de realidade: macro / micro (quântico) / virtual
"Eu estou aqui, eu estou lá, estou em todo lugar"

Escola: campo vibracional
Quando você se transforma ou transforma seu pensamento, isso vai afetar o ambiente.

domingo, 19 de junho de 2011

Espirais por toda a parte

Caros, a partir no momento que ouvi meu caro mestre Célio Turino falando sobre espirais, tenho as visto por toda parte, associado-as com diversas questões... inclusive já conversei com nossa querida mestra Enny Parejo a respeito (leiam aqui)... estou achando tudo isso tão sensacional...

Leiam esse texto maravilhoso que encontrei no blog do Instituto Seva.
Aliás, alguém conhece o trabalho dessa instituição? Pesquisei a respeito e achei muito interessante, mas gostaria de conhecer mais opiniões a respeito.


"A vida é como uma espiral e não como uma linha reta. Passado e futuro se encontram em um infinito presente"

A espiral é a essência do mistério da vida. Assim como se centra, ela também para, se encontra, se retorce e, então, desce e sobe novamente em graciosas curvas. O tempo se retorce em torno de si mesmo, trazendo os ecos e vibrações enquanto que os caminhos vivos da espiral passam próximos um do outro. A vida corre por estradas sinuosas, os seres se encontram em determinados pontos de suas caminhadas, se entrelaçam, se afastam, partem, retornam às origens. O ponto de partida também é o ponto de chegada trazendo-nos a questão do retornar sempre, reencontrar-se e se renovar.

As espirais também circulam dentro de nós, a energia circula em espiral, é onde a matéria e o espírito mais perfeitamente se encontram, e o tempo, por ele mesmo, não existe. Os nativos lembram as diversidades da vida e dos caminhos, e não compreendem o mundo de forma linear, o seguir em frente em uma única direção como se a vida fosse uma linha reta traçada entre um ponto de início e um de término. O destino é sempre ir além. O grande desafio de todo ser, por natureza um guerreiro trilhando as estradas das espirais da vida, é essa busca, é o retorno, é a partida, é caminhar em círculos/ciclos assim como caminha a natureza, pois somos parte dela. É fazer girar a roda do tempo, não nos prendendo em nenhum ponto em específico porque, assim, podemos vislumbrar os mais diversos pontos que compõem a espiral.

Sobre as formas espiraladas e circulares, Alce Negro, dos Oglala Sioux coloca o seguinte: "Tudo que o poder do mundo faz é feito em círculo. O céu é redondo, e tenho ouvido que a terra é redonda como uma bola, e assim também o são as estrelas. O vento, em sua força máxima, rodopia. Os pássaros fazem seus ninhos em círculos, pois a religião deles é a mesma que a nossa. O sol nasce e desaparece em círculo em sua sucessão, e sempre retornam outra vez ao ponto de partida. A vida do homem é um círculo, que vai da infância até a infância, e assim acontece com tudo que é movido pela força. Nossas tendas eram redondas como os ninhos das aves, e sempre eram dispostas em círculo, o aro da nação, o ninho de muitos ninhos, onde o Grande Espírito quis que nós chocássemos nossos filhos".

Para os antigos celtas essa é toda a essência do mistério da vida. O circular, o espiralado. O tempo, uma das triplas linhas tão importantes para o imaginário celta, se retorce em torno de si mesmo. Os astecas achavam que certas flores que tinham em seu centro espirais, eram a alegria do mundo, mostrando o ciclo do sol, quando nasce e se põe, as estações, solstícios, ciclos assim como a vida dos homens. Os orientais falam da kundalini, do fluxo de uma energia em espiral, dos redemoinhos energéticos que perambulam nossos corpos.

Como vórtex de energia, as espirais encontradas em vestígios antigos expressavam um entendimento do cosmos, da energia vibrante, da vida, ou o seu contrário. Tradicionalmente, os ancestrais compreenderam que espirais no sentido horário representavam o nascer, o sol, a vida, o mundo de cima, a transformação pelas experiências exteriores. Para o sentido anti-horário, representavam a lua, a morte, o outro mundo, o mundo de baixo, o mundo dos sonhos e alucinações, intuição, as experiências transformadoras vindas do nosso interior. Para os hindus, o que no nosso mundo terrestre era no sentido anti-horário, para a esquerda, no mundo de baixo, no outro mundo, correspondia ao sentido horário. Hoje sabe-se que esses simbolismos expressam as funções cerebrais, o lado esquerdo do cérebro regula o lado direito de nosso corpo, o lado direito regula o lado esquerdo do corpo. Nem bom, nem mal, apenas diversidades que compõe o universo, uma perfeita simbiose, uma perfeita composição de energias.

Se vermos vários locais sagrados dos antepassados, desde o paleolítico, em qualquer parte do mundo, notaremos sempre a compreensão circular e espiralada. A espiral é a energia vital, é a energia em movimento, é a própria jornada.

fonte: http://institutoseva.blogspot.com/2010/04/espirais.html

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Nas aulas de Psicologia da Educação, também começamos a estudar a respeito de Jerome Bruner, que criou a idéia do curriculo em espiral. Nessa linha de raciocínio, observei algo muito interessante em relação às espirais: se você olhar de um lado, parece que ela está subindo e se ampliando... se você olhar do outro, parece que ela está descendo e se aprofundando!!! Fascinante!

Planejamento

Caros, para mim foi terrível fazer esse fichamento. O texto é muito bom, e cada frase apresenta uma informação importante ou uma observação valiosa.

Aliás, vou comer esse texto com farinha! Quem sabe assim o que está no meu campo das idéias começa a ir para a prática! Afinal, “o ato de planejar exige do educador uma ação organizada”. Para ter uma ação organizada não se pode cair nas garras de algumas tentações, como deixar determinadas tarefas para se fazer depois. Digo isso, pois me vejo postergando por várias vezes determinados momentos do planejamento. Isso prejudica muito a “evolução” da minha prática como educadora de música.

Outra questão: como eu também tenho uma produção cultural, às vezes devido à empolgação momentânea fico imersa num determinado projeto, deixando os demais de “escanteio”.

Enfim, esse texto está me ajudando a visualizar a forma de se trabalhar com o planejamento, de uma maneira leve, mas ao mesmo tempo responsável. Afinal, como diz minha querida amiga Cássia: “Planejar é preciso, mas não deve ser preciso”.

FREIRE, Madalena. Sobre planejamento. In: FREIRE, Madalena et alii. Avaliação e Planejamento: a prática educativa em questão. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1997.

Você não deve pensar "Eu não consigo", pois sonhar é fácil.

Todo fazer pedagógico nasce de um sonho.
          É do sonho que construímos um fazer, “chegamos” à realidade.
                    É na realidade que poderemos trabalhar o enfrentamento do idealizado.


O planejamento organiza, sistematiza, disciplina a liberdade, a nível individual e coletivo. Ele dá os paradigmas para o exercício da prática pedagógica.

O ato de planejar instrumentaliza o aprendizado do prever que desafios propor. Somente através de um planejamento rigoroso pode-se organizar, delimitar e objetivar uma intervenção adequada.

O ato de planejar exige do educador uma ação organizada. Ação organizada não significa ação estática, mas ato constante de reflexão, de intervenção na realidade.

Ter uma ação planejada significa que o educador tem claros seus objetivos. O improvisar é importante na ação pedagógica? Sim, mas quando tenho os objetivos claramente delimitados, a improvisação que possa vir a ocorrer está sob meu controle.

As atividades de um planejamento burocratizam-se quando o educador separa o conteúdo da matéria do conteúdo do sujeito e da dinâmica do grupo: ocasionando assim a perda do significado.

Momentos do planejamento:

1º momento – Observação: dados colhidos, levantamento de questões, levando à análise, reflexão, estudo => hipóteses do planejamento.
2º momento – Acompanhamento da ação: o que está dando certo? O que não? O que estou acrescentando? O que estou tendo que improvisar? Acompanhar, na concepção democrática da educação, não é assistir, cobrar, mas sim interferir, questionar, problematizar, germinando a mudança. É buscar cotidianamente a sintonia entre meus objetivos e minha ação, a sintonia entre teoria e prática.
3º momento – Avaliação do produto conquistado: o conhecimento construtivo. O planejamento nasce na avaliação.

Desafios:
- Viver o planejamento sem deixar de correr o risco de possíveis improvisações.
- Conhecer o que se planeja: conteúdo da matéria e conteúdo do sujeito.

Dúvida:
- O que significa “desequilibração da hipótese do educando”?

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MARTINS, Miriam Celeste. Repensando o planejamento do ensino da Arte. In: FREIRE, Madalena et alii. Avaliação e Planejamento: a prática educativa em questão. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1997.

Como planejar atividades que possam manter a concentração e o interesse dos alunos, superando a indisciplina ou a apatia?

Como lidar com as nossas próprias dificuldades advindas tanto de uma formação nem sempre eficaz como também de uma educação básica que relegou a arte a aspectos secundários?

Em algumas disciplinas é possível estabelecer uma seqüência de conteúdos de forma que cada aspecto abordado serve de crédito para a compreensão do que vem a seguir. No ensino de arte isso não ocorre.

Para repensar a ação pedagógica é preciso que percebamos o ser humano não como ser racional, esta, uma definição que não dá conta deste que é um ser simbólico como nos ensina Carrirer. O homem utiliza não só a razão, mas a emoção, os sentidos, os sentimentos e a imaginação como instrumentos para as leituras sensíveis de mundo que são expressas pela arte ou pela ciência.

O conhecimento se constrói na socialização das diferenças, no confronto das diversidades, na amplitude dos pontos de vista inter-relacionados mediados pelo educador.

O modelo autoritário de nossas escolas tradicionais que privilegia apenas a razão, que busca o homogêneo das  respostas iguais, da obediência cega, já não nos serve mais. O modelo espontaneísta, importante como movimento de ruptura de padrões, que reconheciam o alunos como sujeito de seu processo, por sua vez, também já mostrou suas limitações pela falta de sistematização dos conteúdos que constrói, pela redução do papel da autoridade.

Vivemos a busca e a construção de um terceiro modelo. Um modelo que preserve o que foi positivo das concepções anteriores e que vá além.

Na fundamentação de nossa práxis estética, que entrelaça teoria e prática dentro de uma concepção de educação que aspira ser democrática, podemos levantar alguns princípios de ação pedagógica:
- a construção de espaço interno/espaço externo: indivíduo/ambiente;
- a relação dialética do desvelar/ampliar: descobertas/intervenções;

Estímulo sensorial: proporciona o encontro do indivíduo consigo mesmo. Recebe-se aquilo que, potencialmente, se possui.
Desafio perceptivo (estético): situação exterior que proporciona o aprendizado, a interpretação, elucidação, aperfeiçoamento.

Silêncio: exigido pelo berro de uma postura autoritária que toma a forma de um silêncio de omissão, de resistência velada, de submissão ou de uma viagem mental para fora da sala de aula.

Não é a disciplina que promove a aprendizagem e o desenvolvimento. É preciso que, no lugar de promover o silêncio, busquemos a concentração. Só o envolvimento, o interesse, a curiosidade, o desejo do sabor do saber podem gerar concentração intelectual.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Relato de Aula - 14 - Psicologia da Educação

Ler o texto "Em torno de uma educação menor", de Silvio Galo

Bruner: participou da reforma na escola formal americana na década de 60.

Brasil: Lei de 1971 teve base na reforma americana.
Entretanto, nos EUA deu um resultado, aqui deu outro!

"O curriculo não pode ser uma política de estado, do ponto de vista do conteúdo"

"Por que todos tem que aprender a mesma história?"

Curriculo mínimo? 100 anos após ainda não funcionou.

Estados Unidos:
- maior parte é pública;
- pública é melhor que particular;
- currículo é reduzido, mas funciona.

Anos 50,60: escola de massa no mundo ocidental - os pobres vão à escola.

Relato de Aula - 14 - Didática

Conexão -> Unidade -> Calor

Particulas sub-atômicas: Teoria da não-localidade

"Eu não luto por uma tomada de poder
Luto por uma tomada de consciência"

terça-feira, 7 de junho de 2011

Relato de Aula - 13 - Música e Expressão pelo Movimento

DINÂMICAS

Peso: firme/leve             |
Espaço: direto/indireto      | ações de esforço
Tempo: prolongado/repentinos |


Fluência: livre/interrompida

Combinações:
LEVE - LENTO - INDIRETO: flutuar
LEVE - LENTO - DIRETO: deslizar
LEVE - RÁPIDO - DIRETO: pontuar
LEVE - RÁPIDO - INDIRETO: chocoalhar / brilhar
FIRME - RAPIDO - INDIRETO: chicotear
FIRME - RÁPIDO - DIRETO: socar
FIRME - LENTO - DIRETO: pressionar
FIRME - LENTO - INDIRETO: torcer

OBS: trazer músicas com essas características para a próxima aula.

Relato de Aula - 13 - Psicologia da Educação

Livro "Vigiar e Punir" - Foucault

Da 2ª metade do sec. 20 a urbanização aumentou muito, causando uma diminuiçao da qualidade de ensino

LER:
- Jerome Bruner: O Processor da Educação "A importância da estrutura"

Relato de Aula - 13 - Didática

Rigor + rigidez = autoritarismo.

A autoridade existe, o autoritarismo não
O rigor existe, o engessamento não

-> Método "O Passo" (Lucas Ciavatta)

Escutar: opcional
Ouvir: orgânico

Escuta Musical Sensível: carater vibratório

A. Damasio: "Erro de Descartes" = "Penso, logo existo" / "Sinto, logo existo"

"Trans" - está entre e através das disciplinas
Interdisciplinaridade: hardware "mão na massa"
Transdisciplinaridade: software "visão"

Consciência: autoconhecimento/dialogicidade(conhecer o outro)/interdependencia(consciência do todo)/Integração(integrar opostos)
OBS: Eu acrescentaria alteridade(se ver no outro)

Vera Candau: técnica/humana/politico-social