quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Análise do texto de Oscar Zander

Acredito que o maestro representa um ponto de convergência, uma referência para o grupo. Claro que isso não dispensa a necessidade do grupo SE ouvir e SE sentir, o que, aliás, é normalmente incentivado e promovido pelo maestro.

Quando o texto se refere à capacidade mímica, gestos de dança e harmonização de gestos, entendo que o regente não deve ser um mero metrônomo, marcando o pulso da música. Mas precisa, sim, buscar ser um artista com A maiúsculo. Ora, ele traduz a música em gestos para transmitir isso de volta aos músicos, de forma que estes possam aplicar a expressividade necessária para cada frase, cada trecho, cada nota. É música, dança, expressão corporal, e, sim, artes plásticas, juntas! Como se sua batuta fosse um pincel a criar a imagem com as cores, luz, intensidade e traços certos para cada música, cada frase, cada nota!

Estar a frente de um grupo, seja da forma que for, também implica em agregar mais valores, buscar algo além do puramente técnico. É o que eu acredito, é o que eu espero quando também estou em um grupo. Trazer o contexto em que a obra está inserida, fatos relacionados, antíteses, enfim! Tudo para enriquecer, ampliar, instigar, movimentar! Além disso, principalmente com crianças e jovens, ainda existe a questão moral: você é o exemplo, a referência.

Tecnicamente, concordo com a professora Mara, quando diz que cada regente deve ter seu estilo. Isso faz com que se tenha uma 'verdade' no que está sendo feito. E também acho fundamental se ter o conhecimento dos estilos, das formas, das escolas, pois é importante conhecer a real intenção da obra, pelo menos em algum momento. Dessa forma, qualquer trabalho que for feito terá um respaldo, um conteúdo, e, por mais que fuja totalmente da proposta inicial, terá consciência de todo o processo.

Quanto à pratica, estou procurando cada vez mais internalizar todas as rotinas necessárias para um bom desenvolvimento do trabalho. Acredito que o foi exposto no texto de Oscar Zander é adequado, coerente e muito bem estruturado.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Regência Coral - Oscar Zander

Ler o texto abaixo (Regência Coral - Oscar Zander) e fazer uma análise relacionada com o seu cotidiano de trabalho artístico e produzam um texto que expresse pontos de concordância e/ou discordância ao que é proposto pelo autor, a partir de suas próprias experiências.

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Excertos do livro Regência Coral, de Oscar Zander:

I - Conceito de Regência Coral

5 - A personalidade do regente (páginas 27 e 28)
"Como o regente representa um papel perante o público, é evidente que este papel deve ser estruturado e vivido artisticamente. Até que ponto usa sua capacidade mímica, ou faz uso de seus gestos pessoais de dança, é o ponto essencial desta atividade. O importante é como ele harmoniza os gestos no todo. O máximo de atividade exterior pode ser necessário e justificado artisticamente, assim como muitas vezes o clímax de tensão artística se realiza num clima de máxima calma."

6 - O regente como formador e educador de seu grupo (página 30)
"O regente deve, com sua técnica e conhecimento da literatura, saber entusiasmar e despertar cada vez mais o interesse do seu grupo, para que os ensaios em suas muitas vezes intermináveis repetições, não se tornem monótonos, mas sejam fonte de renovação - apesar da repetição - e com isso levem a um gradativo aperfeiçoamento e maturidade."

II - Breve histórico do desenvolvimento da regência

6 - De Mannheim até nossos dias (páginas 46 e 47)
"Há o problema referente à fidelidade na execução da obra, contrapondo-se à liberdade interpretativa, assim como aquela regência que se adapta ao estilo, em oposição à outra onde predominam os procedimentos de ordem puramente pessoal e subjetiva de muitos regentes. Evidentemente, deve haver um estilo pessoal nos movimentos de cada um, porém este deve manifestar-se através de um conhecimento profundo de toda a prática do passado, do estilo das diferentes épocas, a fim de assegurar uma unidade de intenções estéticas conforme o espírito em que foram criadas as obras. Deve haver unidade nas intenções dos regentes, caso contrário, a anarquia consequente das liberdades pessoais prejudicaria a verdade histórica."

VI - O regente e sua prática pessoal

3 - A concentração do regente; sua preparação pessoal (páginas, 151, 152, 153 e 154)
"Todo trabalho coral, inclusive cada ensaio, é sempre uma atividade criadora e pedagógica.
O primeiro passo para planejar e preparar um ensaio é escolher a obra apropriada. (...) Que não seja uma música tomada ao acaso e simplesmente incluída entre as outras já ensaiadas, sem o menor critério estético. Não é qualquer quadro, por melhor que seja, que tem efeito ao lado de outro. Às vezes eles se anulam.
(...) O texto deve ser estudado a fundo, pois muita coisa expressiva da música está em íntima relação com o texto. Este também deveria pesar na escolha da música para o programa ou para o grupo.
(...) Outro fator importante é o grau de dificuldade que uma partitura apresenta ao grupo. Nunca escolher músicas demasiado difíceis, só para mostrar que o grupo sabe e pode cantar coisas difíceis. (...) A música não tem sucesso pelo grau de dificuldade, mas antes pelo grau de perfeição e musicalidade com que é executada. É melhor executar bem uma partitura fácil do que executar sofrivelmente uma partitura difícil.
(...) Outro fator que deve ser levado em consideração é a extensão e a exigência sonora da música. A obra a executar deve estar de acordo com a estrutura do agrupamento.
(...) O lugar, o espaço e ambiente onde as música deverão ser executadas também têm muita influência em sua apresentação. Assim, obras destinadas a grupos menores deveriam ser apresentadas em salas de ambiente camerístico e vice-versa.
(...) O regente deverá absorver a obra como se fosse o próprio compositor. (...) Resumindo:
a - Cantar todas as vozes até o completo domínio das dificuldades, que sejam rítmicas, intervalares ou de respiração e emissão.
b - Uma vez sabendo todas as vozes, procurar imaginar a sonoridade e harmonia resultante destas. (...)
c / d - Sentar-se a um instrumento (órgão, piano) e cantar uma voz enquanto toca as outras. Passar cantando, uma a uma, por toda as vozes.
e - Marcar as partes que poderiam apresentar dificuldades para os cantores, tais como saltos melódicos complicados; ritmos intrincados e difíceis; entradas problemáticas (...)
f - As partes mais difíceis devem, já no primeiro ensaio, estar decoradas. (...)
g - Cada voz deve observar rigorosamente a respiração. Marcar exatamente os sinais de fraseio (...)
h - O texto é importante, pois ele está, com a língua em que a música se baseia, em estreita relação à sonoridade típica da composição.(...)
i - As partituras devem vir logo no primeiro ensaio com todas as marcações e correções necessárias como: respiração, fraseio, dinâmica, compassos e ritmos marcados. (...)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Relato de aula - 12 - Metodologia I

- Continuação do método Willems.

Fizemos vários exercícios utilizando um metalofone intratonal. Esse instrumento, também chamado de metalofone micro-cromático, foi criado por Willems para facilitar a educação musical com crianças. Ele era muito habilidoso e também inventou outros instrumentos para desenvolver a percepção de alturas e timbres nos alunos: sinos com várias alturas, flauta de êmbolo, plaquetas do mesmo tamanho com um intervalo de quarta justa, 1 tom dividido em dezoito partes, flanelograma -  pentagrama grande na flanela.

Achei muito bacana também os objetivos de Willems na educação musical:
- Desenvolver na criança o amor pela música e a alegria em praticá-la.
- Administrar toda possibilidade para crianças aprender a música.
- Favorecer através da prática musical, o desenvolvimento da criança, a personalidade humana, com participação do afetivo, sensorial, mental, físico e espiritual.

Relato de aula - 12 - Metodologia II

- Iniciação no métodod George Self

Muito interessantes as partituras não convencionais utilizadas no método Self! Interessante para, inclusive, trabalhar expressividade e regência com a garotada. As partituras tem uma legenda para os tipos de sons: pouca / muita ressonância, forte / fraco, tremolos. Inclusive, trabalhando com várias vozes.

Tocamos duas partituras, utilizando instrumentos de diferentes materiais.

Relato de aula - 12 - Regência e Didática do Canto Coral

Aula com Fernando Grecco.
Foi sensacional!!!
Ele propôs uma aula baseada em jogos teatrais.
Primeiramente, explicou no que isso consistia. E inclusive, entregou um texto a respeito.
Fizemos várias "brincadeiras" com o objetivo de melhorar a concentração, o trabalho em equipe, a imaginação e a agilidade.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Rubem Alves

É um pouco longo, mas vale a pena ler tudo!


Flash Mob numa estação de trem em Copenhagen

Flash Mobs são aglomerações instantâneas de pessoas em um local público para realizar determinada ação inusitada previamente combinada, estas se dispersando tão rapidamente quanto se reuniram. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails ou meios de comunicação social.

ADOREI A IDÉIA!!!!

O Concerto - Emocionante!!!

Achei emocionante pelo fato de mostrar a importância da música para a sociedade, e a importância do papel moral do regente frente ao grupo.

"Rússia, 1980, Andrei Filipov era o melhor maestro da União Soviética e dirigia a famosa Orquestra do Bolshoi.
É demitido em plena glória, depois de se recusar a se separar dos seus músicos judeus, entre os quais estava seu melhor amigo, Sacha.
Para sobreviver financeiramente, aceita fazer serviço de limpeza no teatro.
Certo dia, ao limpar a sala do diretor, intercepta um fax do famoso Teatro Châtelet de Paris, convidando a orquestra para lá tocar, não sabendo a direção daquele teatro que a orquestra estava provisoriamente desfeita.
Ocorre a Andrei uma idéia mirabolante: por que não reunir seus ex-colegas músicos, que sobrevivem fazendo biscates e trabalhos temporários, e levá-los a Paris, fazendo-os passar pela Orquestra Bolshoi? Sem ensaiar... Para integrar sua equipe ele pretende que a jovem e exímia solista de violino Anne-Marie Jacquet (Mélanie Laurent) os acompanhe"



Tem também a versão com legenda em português, mas com a imagem em definição mais baixa:

Bach a quatro pés!!!! Divertidíssimo!!!

Será que ainda fazem desenhos assim?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Relato de aula - 11 - Metodologia I

- Continuação do método Willems.

Fizemos vários exercícios:
- Exercício de percepção, utilizando diferentes timbres de sinos.
- Improvisação através de perguntas e respostas melódicas, utilizando intervalos pré-definidos.
- Criação de frases rítmicas:
          * com variações de dinâmica;
          * com variações de andamento;
          * com métrica / sem métrica (livre).

- Utilização de canções ou músicas clássicas para exercícios com movimentos (andar, correr, saltitar, marchar...)

Achei muito interessante algo que a Enny falou sobre o método Willems: "a cada fase tudo é retomado e vai-se sofisticando". Novamente me lembrou do currículo em espiral do qual falamos no semestre passado! Será que estou pirando nesse negócio de espiral?!

Relato de aula - 11 - Metodologia II

- Continuação do método Willems (Ver Metodologia I)

Relato de aula - 11 - Regência e Didática do Canto Coral

Não houve aula

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Relato de aula - 10 - Metodologia I

- Continuação do método Willems.
A Enny comentou que é muito interessante combinar alguns métodos para se obter um trabalho bacana. Por exemplo, podemos utilizar Dalcroze / Orff (movimento criativo), Dalcroze / Willems (parte solfégica), Dalcroze / Kodaly (canções e manossolfa).

WILLEMS (1890-1976):
- nasceu na Bélgica;
- expremamente essencialista e tonal;
- veio ao Brasil através de Carmen Mettig Rocha, que criou para cada caderno de Willems um correspondente em português;
- "para ensinar música é necessário apenas música", ou seja, aprende-se através do som;
- "A música se baseia em leis absolutas e naturais, como o ser humano. A música e o ser humano são paralelos". Willems fez associações entre a matéria e o som:
           * Vida corporal (impulsões físicas) -> vida ritmica;
           * Vida afetiva (emoções, sentimentos) -> vida melódica;
           * Vida mental (raciocínio, intelecto) -> harmonia.

- As teorias de Willems tem base antroposófica;
- Viveu na mesma cidade de Piaget ao mesmo tempo que Piaget;
- As práticas Willems são bem cartesianas, não vivenciando através da prática o "3 contém o 1 e 2", por exemplo;
- É o estudioso mais estruturado;
- Não existia iniciação musical antes de Willems;
- Quanto a percepção do som ambiente, Willems está mais interessado na acuidade auditiva. Não tem o mesmo objetivo que Shaffer.
- Trabalho com o corpo não era no sentido de expressão: andar, correr, saltitar, galopar, marchar, balançar, saltar.

Relato de aula - 10 - Metodologia II

- Continuação de Schafer

Fizemos exercícios muito bacanas. Num deles, deixamos duas pessoas fora da sala. Dividimos a turma em dois grupos e escolhemos dois objetos na sala para os quais cada um dos que ficaram lá fora seriam guiados através de um som. Esse som ficaria mais forte ou mais fraco de acordo com a distância entre a pessoa e o objeto. Como se fosse aquela brincadeira do "tá quente / tá frio".

Relato de aula - 10 - Regência e Didática do Canto Coral

- Roda com sons de x, s e z;
- Apresentação das peças elaboradas pelo grupo.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Relato de aula - 9 - Metodologia II

- Continuação de Schafer

Escuta da música The Magic Songs, de Murray Schafer.



Redoma sonora: imaginamos uma redoma ao nosso redor, e tínhamos que preenche-la totalmente com sons, de olhos fechados. Quando terminasse de preencher essa redoma, teríamos que parar de emitir os sons. Nossa! Passou muito rápido! Eu ainda estava chegando na metade da minha redoma quando percebi que o restante do grupo já estava terminando. Tratei de acelerar e terminar logo a minha e acabei junto com o grupo. A Enny também achou que passou rápido demais... Pois é! Será que algum dia irei passar pela mesma experiencia que tive com esse exercício no Ateliê da Enny? Foi tão emocionante! Na ocasião, todos terminamos juntos!!! Aquele grupo, de fato, estava muito afinado!

Tapete sonoro: foi uma das atividades mais interessantes e mais conflitantes que já fiz! No início estava muito legal, mas quando o grupo demonstrava que queria parar, alguém continuava e pouco a pouco todos iam voltando também. Teve um momento que eu não voltei mais, e não me curvei à vontade do "grupo". Achei que a atividade durou tempo demais! Depois, no momento de fazer a análise, percebi que vários também sentiram a mesma coisa.

Relato de aula - 9 - Metodologia I

- Conclusão do método Kodály;

- Introdução ao método Willems.

Ainda conversamos um pouco sobre Kodály, lembrando a importância das canções, principalmente nesse método, visto que Kodály fez uma análise das canções tradicionais do seu país.

Inclusive, Villa Lobos se "inspirou" muito nos trabalhos de Kodaly, tanto na utilização de um repertório nacional como na criação de um manossolfa.

Através das canções é possível desenvolver vários exercícios / percepções de ritmo, melodia e harmonia.

Também comentamos que hoje temos muito material tanto em gravações como em partituras de repertório infantil, mas há cerca de 25 anos não existia nada!

Iniciando o estudo sobre Willems, foi exposto que seu método é muito interessante para professores iniciantes, tendo em vista é que muito bem organizado por fases, quatro ao todo, que Willems chamou de graus.

Relato de aula - 9 - Regência e Didática do Canto Coral

- Exercícios em grupo: passar o som de um para o outro, sendo que deveríamos sempre modificar o som que recebemos;
- Exercícios de passar e receber gestos em roda em ritmo unário, binário ou quaternário.
- Prática de repertório.