terça-feira, 26 de abril de 2011

Relato de Aula - 7 - Música e Expressão pelo Movimento

Postura e expressão do corpo.

Atividades:
- um levanta e todos trocam de lugar;
- trabalhar a alavanca das pernas (coxo-femural);
- força das pernas;
- apoio dos isqueos (assento): sentar nas mãos;
- organização dos joelhos e dos pés (90º);
- respiração e postura com instrumento;
- bascula de quadril (senta no cox e depois isqueos);
- Cada um mostrou um jeito de sentar e os outros imitaram;
- Composição coreográfica de fotos de sentar (c/ expressão facial), pensando nas transições.

Relato de Aula - 7 - Psicologia da Educação

LEV VIGOTSKY (1896-1934)
- A sua obra só veio para o ocidente em 1960;
- Grande pensador do desenvolvimento humano;
- Aspecto abordado: a formação de conceitos;
- Era crítico de arte;
- Livro: "Pensamento e linguagem";
- Piaget disse sobre ele: "O Mozart da Educação";
- Sempre analisa o contexto histórico cultural
- Filmes:
      - O Garoto Selvagem, de Françoes Truffault
      - O Enigma de Kasper Hauser

- A fala transforma o comportamento (a fala é o pensamento transformado)
- Caldo de cultura: formado pelas linguagens
- Zona de desenvolvimento proximal: competências latentes - está combinado com o desejo de se aprender alguma coisa - tem relação com a teoria de assimilação do Piaget. O nivel de desenvolvimento é similar a idéia de Zona de Equilibrio.

- Vigotsky: pensador dialético
PESQUISAR: dialética

- Criar condições para absorção de um conceito
- Conceito: generalização de uma idéia
- Possibilidade da contradição como elemento do pensamento
- Nós não somos implicados no processo de aprendizado.

"Se uma arvore cair na floresta e não tiver ninguém para escutar, ela faz som quando cair?"

Caros,

Há um certo tempo, meu irmão José Francisco, doutorando em Engenharia Elétrica pela FATEC, me fez a seguinte pergunta: "Se uma arvore cair na floresta e não tiver ninguém para escutar, ela faz som quando cair?"

O que você acha?!

Relato de Aula - 7 - Didática

Assunto do dia: Complexidade!

Seguem algumas breves anotações de uma aula fascinante!

Livro recomendado: "O Tao da Física", de Fritjof Capra

Partículas subatomicas: se movimentam na velocidade da luz, o que dá a impressão de "solidez"

O observador não é neutro: o retorno do sujeito ("a volta dos que não foram - só estavam esquecidos").

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Fazendo esse relato, me lembrei de uma pergunta que meu irmão José Francisco, doutorando em Engenharia Elétrica, me fez:
"Se uma arvore cair na floresta e não tiver ninguém para escutar, ela faz som quando cair?"

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O mesmo evento observado por duas pessoas pontos diferentes do planeta, será intepretado de formas diferentes.

Vera Candau: dimensão humana, técnica e politico-social

Falsa racionalidade - exemplos: provas
Reducionismo - exemplos: história da música

* Palestra: Isabel Petralha

Operador cognitivo da complexidade: principios mestres

Interessante: http://www.educadores.com.br/

Dialógico: juntar / entrelaçar
Recursivo: causa = efeito = causa
Aprendizado: circuito recursivo
Holograma: a parte está no todo

Edgar Morin: 1921
No pensamento complexo: os antagonicos convivem.

Razão: computo
Racionalismo: "tudo na vida é guiado pela razão"
Racionalidade: adequa os meios aos fins
Racionalização: "a razão se fecha em si"

Transdisciplinaridade: Construção de um METAPONTO DE VISTA

terça-feira, 19 de abril de 2011

Quais as contribuições desse conhecimento para sua atuação como educador musical / musicista?

Como há alguns anos participei dos cursos da Enny em seu ateliê, passei a ter consciência da importância do corpo no processo do ensino da música. Isso sob vários aspectos:
- o som do instrumento começa no corpo;
- o corpo produz som;
- o corpo inteiro pode “escutar” o som;
- você posiciona o corpo para tocar/cantar;
- enquanto tocamos/cantamos, podemos utilizar o corpo para interpretar;
- visão holística do ensino: tendo em vista que o corpo e o sentir foram relegados a segundo plano, é necessário resgatar essa ligação.

Através das aulas de Música e Expressão pelo Movimento, cada vez mais estou tomando consciência desses aspectos e procurando transferir esse conhecimento e essa prática aos meus alunos. Dessa forma, é possível tornar as aulas mais dinâmicas e interessantes, ao mesmo tempo que colaboro para que eles se tornem musicistas mais conscientes da participação do corpo no processo musical, ou, mesmo que não prossigam com a atividade musical, sejam pessoas com uma visão mais ampla a respeito da relação do corpo com o nosso cotidiano.

Relato de Aula - 6 - Música e Expressão pelo Movimento

Octaedro:
- forma de orientação espacial;
- possui 8 faces e 6 vértices;
- frente/trás, direita/esquerda, cima/embaixo.

Seqüência da espada, do Laban - OLHAR junto com a direção:
- individual
- duplas

Improvisando movimentos que mostrassem essa direção:
- Posições diferentes (frente/trás);
- Tamanho do movimento diferente.

Composição coreográfica em duplas, definindo início e fim.

RELATO: "Quais as contribuições desse conhecimento para sua atuação como educador musical / musicista?"

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Essa aula foi sensacional! Adorei a Sequência da Espada, de Laban. A coreografia que Anderson e eu alaboramos ficou muito bacana, e mesmo sem o contato visual depois que os nossos lugares foram trocados na segunda apresentação, conseguimos apresenta-la com um ótimo sincronismo.

As coreografias das demais duplas da sala ficaram lindas também. A proposta de colocar duas duplas apresentando ao mesmo tempo foi bem interessante esteticamente.

Relato de Aula - 6 - Psicologia da Educação

Trabalho em grupo com a seguinte proposta:

"Um dos prazeres do artista era confundir o espectador, criar linhas e padrões ilusórios. Gostava de misturar dimensões, ignorar a gravidade. Não raro, suas correntezas seguiam rio acima, ou suas escadas perdiam o fim nas alturas. Suas paisagens conduzem o olhar do espectador para um movimento cíclico que nem sempre faz sentido. "É preciso haver certo grau de mistério, mas que não seja imediatamente aparente", disse em 1963. "Eu não consigo deixar de brincar com as nossas certezas estabelecidas. Tenho grande prazer, por exemplo, em confundir deliberadamente a segunda e a terceira dimensões, plana e espacial, e ignorar a gravidade", dizia o artista".

Com base na observação da figura "Relatividade", de Maurits Cornelis Escher e na leitura do texto acima, publicado em Carta na Escola de fevereiro, estabeleça uma breve análise crítica da teoria de Jean Piaget.



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O grupo formado foi: Cássia, Keila, Rosângela e eu.
Foi uma experiência muito interessante desenvolver essa análise, sob vários aspéctos:
- nos aprofundamos mais na obra de Jean Piaget;
- nos aprofundamos na análise da obra de Escher, sua estética e suas intenções;
- foi a primeira vez que fizemos um trabalho com esse tipo de proposta.

Primeiramente, estabelecemos pontos para fundamentar nosso texto final:
- Tudo pode ter vários pontos de vista;
- Não existe o certo e o errado absolutos;
- A necessidade da flexibilidade do professor;
- O aluno como um ser complexo;
- As etapas cognitivas propostas por Piaget são pilares norteadores para o Educador, mas não são estáticos;
- O aluno precisa caminhar por seus próprios passos: é preciso que ELE experimente;
- A necessidade de um olhar afastado por parte do Educador para uma melhor compreensão;
- A necessidade de olhar ora o todo e ora as partes;
- O professor tem que estudar e procurar aprender sempre mais para realizar um bom trabalho;
- O aspecto positivo do caos - ele é necessário para o desenvolvimento do trabalho na sala de aula com toda sua diversidade, pluralidade e “n” variantes que acontecem no dia-a-dia.

Depois estabelecemos o formato desse texto final, chegando à conclusão que poderíamos nos inspirar na própria obra de Escher, buscando uma abordagem criativa, com uma forma artística, um certo mistério, confundindo o leitor.

Acabamos por presenciar o trabalho criativo de uma poetisa: nossa querida amiga Cássia Maria, grande artísta que deu a seguinte forma à nossa análise:

Sentir pelo olhar.
E na visão o caos.
A importância representada no livre trânsito das possibilidades individuais.
O afastamento.
A distância positiva que busca enxergar o todo e o compreende.
Há de haver muito mais estímulos na comunhão, na lida em grupo,  na troca de sensações, impressões, percepções…
É preciso abastecer-se de conhecimento para transmiti-lo.
A sabedoria unida à Ciência traz a flexibilidade tão necessária às trocas nas relações.
Há diversidade e deve existir.
A complexidade do ser não cabe em gavetas, está aí,  livre, leve e solta.
Caminhar com as próprias pernas sem pular etapas.
As experiências são pessoais. Não há verdade absoluta.
É na angústia do caos que se aflora o processo criativo e a transformação.
Liberdade afinal numa busca sem fim.

Argumentação do cacique Seattle

Caros,

Segue abaixo o texto mais lindo que eu já li até hoje.

É a resposta do cacique Seattle à proposta feita pelo governo dos Estados Unidos, em 1852, para comprar as terras das tribos indígenas Suquamish e Duwamish, localizadas na região de Puget Sound, no atual estado de Washington.

Um texto que me deixou extremamente emocionada, e ao mesmo tempo com vergonha da minha origem branca... vergonha de pertencer a essa civilização que está destruindo tudo, que se acha dona de tudo, com direito a tudo...
De que valem computadores, carros, edifícios...? Quanta inteligência burra...

Pelo que pesquisei, existem várias versões da mensagem. Vou postar o primeiro texto que eu li, no site boaSAÚDE, pelo efeito que ele causou para mim.

Entretanto, consegui mais informações históricas num arquivo pdf disponível no site da Livraria Cultura (trechos do livro "A carta do Cacique Seattle", de Ted Perry), e através do site do Grupo de Permacultura da UFPA, onde, inclusive, existe uma outra versão desse texto.

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“Como você pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? A idéia é estranha para nós.
Se nós não somos donos da frescura do ar e do brilho da água, como você pode comprá-los?
Cada parte da Terra é sagrada para o meu povo.
Cada pinha brilhante, cada praia de areia, cada névoa
nas florestas escuras, cada inseto transparente, zumbindo,
é sagrado na memória e na experiência de meu povo.

A energia que flui pelas árvores traz consigo a memória e a experiência do meu povo.
A energia que flui pelas árvores traz consigo as memórias do homem vermelho.
Os mortos do homem branco se esquecem da sua pátria quando vão caminhar entre as estrelas.
Nossos mortos nunca se esquecem desta bela Terra, pois ela é a mãe do homem vermelho.
Somos parte da Terra e ela é parte de nós.
As flores perfumadas são nossas irmãs, os cervos, o cavalo, a grande águia, estes são nossos irmãos.
Os picos rochosos, as seivas nas campinas, o calor do corpo do pônei, e o homem, todos pertencem à mesma família.

Assim, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que quer comprar nossa terra, ele pede muito de nós.
O Grande Chefe manda dizer que reservará para nós um lugar onde poderemos viver confortavelmente.
Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos.
Então vamos considerar sua oferta de comprar a terra.
Mas não vai ser fácil. Pois esta terra é sagrada para nós.

A água brilhante que se move nos riachos e rios não é simplesmente água, mas o sangue de nossos ancestrais.
Se vendermos a terra para vocês, vocês devem se lembrar de que ela é o sangue sagrado de nossos ancestrais.
Se nós vendermos a terra para vocês, vocês devem se lembrar de que ela é sagrada, e vocês devem ensinar a seus filhos que ela é sagrada e que cada reflexo do além na água clara dos lagos fala de coisas
da vida de meu povo.
O murmúrio da água é a voz do pai de meu pai.

Os rios nossos irmãos saciam nossa sede.
Os rios levam nossas canoas e alimentam nossas crianças.
Se vendermos nossa terra para vocês, vocês devem lembrar-se de ensinar a seus filhos que os rios são irmãos nossos, e de vocês, e consequentemente vocês devem ter para com os rios o mesmo
carinho que têm para com seus irmãos.

Nós sabemos que o homem branco não entende nossas maneiras.
Para ele um pedaço de terra é igual ao outro, pois ele é um estranho que chega à noite e tira da terra tudo o que precisa.
A Terra não é seu irmão, mas seu inimigo e quando ele o vence, segue em frente.
Ele deixa para trás os túmulos de seus pais, e não se importa.
Ele seqüestra a Terra de seus filhos, e não se importa.
O túmulo de seu pai, e o direito de primogenitura de seus filhos são esquecidos.
Ele ameaça sua mãe, a Terra, e seu irmão, do mesmo modo, como coisas que comprou, roubou, vendeu como carneiros ou contas brilhantes.
Seu apetite devorará a Terra e deixará atrás de si apenas um deserto.
Não sei.
Nossas maneiras são diferentes das suas.

A visão de suas cidades aflige os olhos do homem vermelho.
Mas talvez seja porque o homem vermelho é selvagem e não entende.
Não existe lugar tranqüilo nas cidades do homem branco.
Não há onde se possa escutar o abrir das folhas na primavera, ou o ruído das asas de um inseto.
Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não entendo.
A confusão parece servir apenas para insultar os ouvidos.
E o que é a vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de um curiango ou as conversas dos sapos, à noite, em volta de uma lagoa.
Sou um homem vermelho e não entendo.

O índio prefere o som macio do vento lançando-se sobre a face do lago, e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva de meio-dia, ou perfumado pelos pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo hálito – a fera, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo hálito.
O homem branco parece não perceber o ar que respira.
Como um moribundo há dias esperando a morte, ele é insensível ao mau cheiro.

Mas se vendermos nossa terra, vocês devem se lembrar de que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seus espíritos com toda a vida que ele sustenta.

Mas se vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la separada e sagrada, como um lugar onde mesmo o homem branco pode ir para sentir o vento que é adoçado pelas flores da campina.
Assim, vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra.
Se resolvermos aceitar, eu imporei uma condição – o homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.
Sou um selvagem e não entendo de outra forma.

Vi mil búfalos apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os matou da janela de um trem que passava.
Sou um selvagem e não entendo como o cavalo de ferro que fuma pode se tornar mais importante que o búfalo, que nós só matamos para ficarmos vivos.
O que é o homem sem os animais?
Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão do espírito.
Pois tudo o que acontece aos animais, logo acontece ao homem.
Todas as coisas estão ligadas.

Vocês devem ensinar a seus filhos que o chão sob seus pés é as cinzas de nossos avós.
Para que eles respeitem a terra, digam a seus filhos que a Terra é rica com as vidas de nossos parentes.
Ensinem as seus filhos o que ensinamos aos nossos, que a Terra é nossa mãe.
Tudo o que acontece à Terra, acontece aos filhos da Terra.
Se os homens cospem no chão, eles cospem em si mesmos.

Isto nós sabemos – a Terra não pertence ao homem – o homem pertence à Terra.
Isto nós sabemos.
Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família.
Todas as coisas estão ligadas.

Tudo o que acontece à Terra – acontece aos filhos da Terra.
O homem não teceu a teia da vida – ele é meramente um fio dela.
O que quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo.

Mesmo o homem branco, cujo Deus anda e fala com ele como de amigo para amigo, não pode ficar isento do destino comum.
Podemos ser irmãos, afinal de contas.
Veremos.

De uma coisa nós sabemos, que o homem branco pode um dia descobrir – nosso Deus é o mesmo Deus.
Vocês podem pensar agora que vocês O possuem como desejam possuir nossa terra, mas vocês não podem fazê-lo.
Ele é Deus do homem, e Sua compaixão é igual tanto para com o homem vermelho quanto para com o branco.
A Terra é preciosa para Ele, e danificar a Terra é acumular desprezo por seu criador.
Os brancos também passarão, talvez antes de todas as outras tribos.
Mas em seu desaparecimento vocês brilharão com intensidade, queimados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e para algum propósito especial lhes deu domínio sobre esta terra e sobre o homem vermelho.
Esse destino é um mistério para nós, pois não entendemos quando os búfalos são mortos, os cavalos selvagens são domados, os recantos secretos da floresta carregados pelo cheiro de muitos homens, e a vista
das montanhas maduras manchadas por fios que falam.

Onde está o bosque?
Acabou.
Onde está a águia?
Acabou.
O fim dos vivos e o começo da sobrevivência.”

Cacique Seattle
Chief Seattle or Sealth (Ts’ial-la-kum)
Suquamish and Duwamish tribes
Washington State, USA
(1786-1866)


Demônio de Laplace

Desde o início, ciência e filosofia caminharam juntas e, pelo menos até o século XIX, não fazia muito sentido separar as teorias científicas das teorias filosóficas. O que hoje consideramos ciências era antes chamado, de um modo geral, de "filosofia da natureza". Esses estudos procuravam fornecer uma explicação sobre o mundo que permitisse apontar as leis determinantes de todos eventos naturais, incluindo o movimento dos corpos celestes, as reações dos elementos químicos e a origem dos seres vivos.

À medida que essas teorias obtinham êxito na descrição dos fenômenos da natureza, crescia a ilusão de se construir uma teoria pura e completa, capaz de prever com exatidão todos os acontecimentos, muito antes que eles viessem a ocorrer.

A concepção do "demônio de Laplace" - uma entidade, que ao observar, ao mesmo tempo, a velocidade e posição de cada elemento na natureza, seria, a partir disso, capaz de deduzir toda evolução do Universo, tanto no passado como no futuro - representa o tipo de mentalidade confiante que foi constituída graças ao sucesso das leis propostas por filósofos, como Isaac Newton e Antoine L. Lavoisier (1743-1794), tanto na física como na química. Essa entidade imaginária - sugerida pelo astrônomo e matemático Pierre Simon Laplace (1749-1827) - revela o quanto a perspectiva determinista da natureza estava arraigada na pretensão das ciências clássicas. Bastava que se conhecesse a posição e a velocidade iniciais dos objetos, para que uma lei natural pudesse prever todos eventos a eles relacionados, sua origem e seu destino.

Tamanha pretensão acabou por gerar uma tendência a separar os rumos das pesquisas científicas, da investigação filosófica dos fundamentos e princípios que explicariam porque um certo fenômeno acontece de um modo e não de outro. Às ciências seria suficiente encontrar uma teoria que descrevesse o comportamento da natureza e pudesse prescrever seus desdobramentos, enquanto caberia à filosofia a justificativa racional do porque disso ser assim e não de outro modo. Como conseqüência dessa divisão de tarefas, o positivismo, desenvolvido por Auguste Comte (1798-1857) na sua forma mais radical vem propor a redução da filosofia especulativa - sobretudo a metafísica - aos resultados da ciência, cujo método deveria ser aplicado a todas as outras formas de conhecimento. Surgem, então, as ciências sociais - a antropologia e a sociologia - como disciplinas voltadas exclusivamente para o exame dos mecanismos e relações que geram os fatos sociais e a interação humana, de um perspectiva neutra, deixando de lado as motivações e interesses que estão na origem do conhecimento científico.
fonte: SILVA, Antônio Rogério da. Física e Conhecimento Humano

Complexidade e Pensamento Complexo - Humberto Mariotti

MARIOTTI, Humberto. Complexidade e Pensamento Complexo. In: MARIOTTI, Humberto. As paixões do Ego: complexidade, política e soliedariedade. São Paulo. Editora Palas Atenas, 2000.


Mais um dos textos difíceis de sintetizar que a Professora Enny nos apresentou. Afinal, a cada parágrafo uma idéia interessante é colocada, me fazendo saborear cada palavra como se fosse o mais delicioso manjar dos deuses.

“... Este [o pensamento complexo] configura uma nova visão de mundo, que aceita e procura compreender as mudanças constantes do real e não pretende negar a multiplicidade, a aleatoriedade e a incerteza, e sim conviver com elas”.

Levando-se em conta que algumas descobertas recentes da nossa sociedade já faziam parte da crença de certos povos – como a dança eterna do deus indiano Shiva, representando que o universo está em constante movimento; a fitoterapia; feng chui; etc. – me pergunto: o pensamento complexo é realmente algo novo? Alguma civilização já conseguiu praticar o pensamento complexo? Como seus integrantes conviviam e como era seu ambiente? O que teria acontecido com essa civilização?

Pergunto tudo isso ao vislumbrar o ponto em que chegamos/chegaram/cheguei/chegaremos... E como deixamos/deixaram/deixei/deixaremos chegar a esse ponto? A humanidade do alto do seu pedestal da superioridade se deixou levar durante centenas de anos por um pensamento limitador! Assumo que ando muito irritada com Aristóteles e sua lógica binária, que excluiu a complementaridade e a diversidade e que gerou a concepção da causalidade simples. Ora, isso é a raiz de todos os problemas da humanidade, desde a degradação da natureza até históricos genocídios!

Mas não me permitirei cair nas garras do pessimismo e do desespero, inspirada em minha querida amiga Cássia, pois acredito profundamente que o pensamento complexo é o caminho para um melhor relacionamento do ser humano entre seus pares e com tudo o que existe! E levarei em conta que a lógica aristotélica ao menos foi fundamental para o desenvolvimento dos sistemas computacionais e da automação, das leis da física que regem o mundo ‘macro’ (mecânica).

Teremos, então, efetivamente chegado a um “ponto de mutação”! Onde o pensamento cartesiano claramente não nos atende, mas também não é suficiente o pensamento sistêmico, para atingir os anseios/necessidades atuais da humanidade, como o desenvolvimento sustentado, o resgate da ética e da cidadania, a compreensão do universo e do mundo micro (ou seria ‘nano’?). “Há, portanto, necessidade de complementaridade entre esses dois modelos mentais. O pensamento linear não se sustenta sem o sistêmico e vice-versa. O desenvolvimento sustentado precisa de um modelo de pensamento que lhe dê base e estrutura. Este é o pensamento complexo”.

Toda essa discussão a respeito do pensamento complexo me veio à lembrança quando participei de uma palestra do historiador, escritor e ex-Secretário da Cidadania Cultural do MinC, Célio Turino, na abertura da 1ª Teia Regional dos Pontos de Cultura, em Embu das Artes, no ultimo dia 20 de maio. Entre outras coisas, esse meu querido mestre expôs que há uns 300 anos a sociedade européia rompeu com o círculo, adotando a linha reta como símbolo de organização (haja vista o formato das nossas salas de aula). De forma a propor um novo conceito, que tivesse “um pé” na tradição, mas também vislumbrasse a invenção, motivando rupturas, Célio expôs o modelo de ESPIRAL:

 


Acredito que talvez possamos fazer uma analogia semelhante a essa:



Aos colegas que lerem esse texto, deixo o pedido de complementarem a idéia!

Outros pontos expostos pelo professor Humberto Mariotti que achei muito interessantes, de forma a corroborar a opinião de que o pensamento complexo é, se não a única, uma das melhores soluções para a situação atual da humanidade são:

- um dos princípios do pensamento complexo é o de que não há fenômenos de causa única no mundo natural;
- como permite perceber e entender as situações com mais clareza, extensão e profundidade, o pensamento complexo permite aumentar a capacidade de tomar decisões de grande amplitude e longo prazo;
- através do pensamento complexo percebemos que:
- soluções imediatistas podem provocar problemas ainda maiores do que aqueles que estamos tentando resolver;
- os melhores resultados vêm da conversação e do respeito à diversidade de opiniões, não do dogmatismo e da unidimensionalidade;
- o imediatismo e a inflexibilidade são os primeiros passos para o subdesenvolvimento, seja ele pessoal, grupal ou cultural.

COINCIDÊNCIAS A PARTE: expus essa questão a respeito da espiral à professora Enny. Qual não foi minha surpresa quando ela me disse que no livro "A árvore do conhecimento" de Humberto Maturana, neurobiólogo chileno que também é um dos pensadores sistêmicos atuais, tem uma figura de um lagarto comendo o próprio rabo, fazendo referência a uma espiral!

Espiral: cíclico, continuidade, recorrência...

Significado etimológico da palavra "simples"

Caros, tem um site chamado Origem da Palavra que é sensasional! Além de possui uma lista de palavras com o respectivo significado, também é possivel fazer uma consulta caso a palavra não esteja na lista. Pelo que vi, eles chegam a responder no mesmo dia!

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SIMPLES: é o Latim SIMPLEX, “único, simples”, de uma base Indo-Europeia SEM-, “um, único”, mais PLICARE, “dobrar”: aquilo que foi dobrado apenas uma vez não apresenta complicações para ser aberto, seja física seja metaforicamente.

O simples existe?

Foto: Gotas de chuva, trabalho do meu querido amigo, o fotógrafo Julio Bicudo.

Relato de Aula - 6 - Didática

Intervenção:
- Alongamento;
- Espelho / Diálogo.

Didática: "mediação do corpo teórico e do que é levado a prática"

Teoria da Complexidade (Edgar Morin)

Complexidade:
- profusão de aspectos,
- não é algo difícil,
- teia,
- multidimensional.

"O simples não existe: só há o simplificado"
* PESQUISAR o significado etimológico da palavra SIMPLES

O educador não pode buscar o reducionismo.

Tecnicismo continua eficiente no ambiente escolar, mas apenas para as classes dominantes.
OBS: Demônio do Laplace
No século 17 o tecnicismo foi necessário: Newton e Descartes.
OBS: Edição da SuperInteressante: DEUS (há 3 anos)

Enny: "Não é necessário bater de frente com as pessoas"
Integração de opostos aparentes

Por que se instaura a cegueira?
Por que é mais fácil

O paradigma é inconsciente e supraconsciente
PARADIGMA MECANICISTA X PARADIGMA ECOLÓGICO
Libertação: quando você sai de um grupo de idéias que não lhe pertence
Tendência de negar o corpo: desde PLATÃO

* PESQUISAR: Carta do chefe Sioux

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Aprender: experiência criativa

FUGANTI, Luiz. Aprender. In: AQUINO, Julio Groppa; CORAZZA, Sandra Mara (orgs.). Abecedário: Educação da diferença. Campinas: Papirus, 2009. p. 24-27.

Aprender é um processo complexo, geralmente submetido a padrões. Esse fato faz com que o processo de aprendizagem seja frustrante e traumatizante, uma vez que o ensino dominante em nossas formações sociais não visa um aprendizado potencializador da criatividade (natural à vida). Ao contrário, estabelece/impõe uma insuficiência do ser.

Desqualifica-se a espontaneidade, o natural, o heterogêneo, a experiência do pensamento, para quantificar, ordenar, homogeneizar, submetendo o pensamento à consciência (operar com universais – senso comum).

Experimentar: caminho para o aprendizado criativo. Não é trabalhar para se encontrar alguém, alguma coisa ou referência, mas algo no que acontece, enquanto acontece, como combustível e intensificador da diferença que se quer diferenciar (ou tomar distância de si mesma - ?).

A alegria do diverso como catálise de modos ativos de experimentação, cujo gosto primeiro é o da eternidade que se produz no acontecimento de cada encontro.

Extrapolar limites: aprender o que pode o pensamento (produção), aprender o que pode o corpo (movimento), aprender o que pode a ética (escolha/maneira de ser), continuidade do querer aprender e capacidade crescente de aprender.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Relato de Aula - 5 - Música e Expressão pelo Movimento

Nessa aula a professora Melina expôs para nós o conceito de kinesfera, termo criado por Laban para especificar a esfera que delimita o limite natural do espaço pessoal, no entorno do corpo do ser movente. Esta esfera cerca o corpo esteja ele em movimento ou em imobilidade, e se mantém constante em relação ao corpo, sendo 'carregada' pelo corpo quando este se move.


Práticas:
- Visualização dos espaços internos;
- Contorno do corpo;
- Tamanho do corpo em relação ao espaço;
- Redoma sonora (preencher e kinesfera através do som);
- Exercício em grupos de 5: emitir um som para a pessoa que está no centro da roda, mantendo a mesma intensidade;
- Dança do P/M/G: com 1 integrante no centro da roda, que tentará ocupar o espaço disponível;
- Deslocamento em dupla, trio, 4;
- Cardume (deslocamento em grupo).

A ultima atividade da aula foi uma conversa em dupla, compartilhando ou não a atenção. Foi sensacional! É terrível tanto não poder dar atenção para quem está falando como falar com quem não está dando a mínima atenção. Os olhos desempenham uma tarefa muito importante nessa questão, pois para não prestar atenção no que o meu parceiro (Teco) estava falando eu tinha que desviar o olhar. Da mesma forma, é muito desconfortável conversar com quem não está olhando para você.

Relato de Aula - 5 - Psicologia da Educação

Diálogo sobre o texto "Olhar para o futuro: o ensino de ciências", de Jean Piaget.

OBS:
- Piaget: inspirado no evolucionismo Darwinista;
- O nome da teoria é "epistemologia" e não "construtivismo", que é apenas uma direção.

Experimentalismo: ensino com possibilidade de criação:
- uma experiência que não seja realizada pela própria pessoa, com plena liberdade de iniciativa, deixa de ser, por definição, uma experiência, transformando-se em simples adestramento.
- “Compreender é inventar, ou reconstruir através da reinvenção” - é preciso moldar indivíduos capazes de produzir ou criar, e não apenas de repetir.

Relato de Aula - 5 - Didática

Iniciamos essa aula conversando sobre o portfólio.
A Enny nos explicou a diferença entre dossiê e portfólio:
- Dossiê: tudo;
- Portfólio: seleção representativa, reflexão.

Nosso portfólio pode conter: anotações pessoais, experiências de aula, trabalhos pontuais, controles de aprendizagem, conexões com outros temas, etc.

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Aspéctos da didática por Enny Parejo:
- escuta musical sensível;
- teoria crítica;
- multidimensional.

Reproduzir na aula o diálogo democrático.
Professor tem autoridade (conhecimento, experiência), mas não é autoritário..

Escola:
- oferecer cultura elaborada;
- fortalecer as pessoas (empowerment);
- tornar as pessoas seres atuantes.

Paulo Freire: educação como prática de liberdade.

"Temos compromisso com o conteúdo, mas temos compromisso com o ser humano"

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Como percebo meu corpo durante minha prática musical?

Ao fazer esse relato estou percebendo como eu, infelizmente, não tenho dispensado muita atenção para o meu corpo durante minha prática musical. Apesar de ter consciência da importância da relação corpo/mente, corpo/som, não tenho colocado isso de forma mais profunda na minha ação como musicista, maestrina e professora de música.

Como flautista e violonista me preocupo muito com a questão do apoio, da respiração, da postura, mas ignoro a questão interpretativa e orgânica da participação do corpo na produção do som.

Como maestrina, me sinto mais livre para utilizar meu corpo como expressão sonora. Entretanto, sei que deveria me preocupar com questões importantes como o alongamento e o aquecimento antes das atividades, tendo em vista tanto um melhor rendimento do instrumento corpo, como para evitar futuros problemas de saúde.

Como professora de música, tenho uma certa dificuldade em colocar em prática de forma constante tudo o que já aprendi, por exemplo, nos cursos da Enny, apenas por não ter disciplina na elaboração de um planejamento. Então, no cotidiano acabo valorizando apenas teoria musical e prática instrumental, relegando a segundo plano a importância do corpo nesse processo.

Através das aulas de Música e Expressão pelo Movimento, acredito que será possível vislumbrar possibilidades de colocar em prática tudo o que acredito em relação ao corpo na produção sonora, além de aplicar toda a questão filosófica da relação corpo/mente que já tive tanto contato através dos cursos da professora Enny.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Movimentos Articulares

Procurando na internet mais informações sobre Movimentos Articulares, encontrei esse vídeo com uma apresentação de street dance com o título de "Articulação Sonora". Sempre adimirei esse gênero, mas apenas agora percebi a grande variedade de movimentos articulares que ele necessita. Nesse caso, me parece que praticamente todas as articulações e todas as possibilidades de movimentos com elas foram utilizados.


Consequentemente, acabei me lembrando da participação de John Lennon da Silva no programa "Se Ela Dança Eu Danço". Fiquei impressionada como ele conseguiu transmitir a suavidade da música através dos movimentos articulares.


terça-feira, 5 de abril de 2011

Relato de Aula - 4 - Música e Expressão pelo Movimento

O tema principal dessa aula foi o trabalho com as articulações.
Todas as práticas que a professora Melina nos ensinou foram muito interessantes e totalmente aplicáveis às minhas aulas. Como numa fanfarra também marchamos e fazemos vários movimentos com o corpo, além de tocar, poderei aplicar esses exercícios de forma a tornar os alunos mais conscientes de quais partes do corpo estão sendo trabalhadas durante as atividades.

Práticas:
- Espreguiçamento;
- Percutir o esqueleto;
- Massagem em dupla;
- Exploração dos movimentos articulares;
- Estátua (deslocamento, música para e evidencia articulação);
- Deslocamento no espaço conduzido pela articulação;
- Jogo de improvisação em dupla com fiozinhos (rápido/lento, grande/pequeno, subir/descer);
- Composição coreográfica em grupo;
- Apresentação com e sem regente.

Relato de Aula - 4 - Psicologia da Educação

Nessa aula começamos a estudar a respeito de Jean Piaget.
Piaget: etapista / revolucionista (cientificismo, típico da época em que viveu)

* Obra: "A noção de tempo na criança" - interessante para músicos

Piaget estabeleceu as Etapas de desenvolvimento do pensamento humano:
- Período sensório-motor: 0 a 2 anos
- Período pré-operatório: 2 a 7 anos - classificação, seriação, comparação, imitação
- Período lógico-concreto: 7 a 12 anos - começa a operar sistemas complexos, inclusive ler música
- Período lógico-formal: 12 a 14 anos

Nós estamos mergulhados na nossa cultura civilizatória (iluminista, cartesiana-razão).

Como o poder e o comprometimento político-social entram na sala de aula?

Tanto o comprometimento político-social quanto as relações de poder presentes numa estrutura hierárquica entram na sala de aula através da relação aluno/professor.

A princípio, podemos ilustrar dois cenários de possibilidades dessa relação.

Cenário 1:
- caracterizada pelo autoritarismo, onde o silêncio é imposto pelo grito;
- o silêncio que não significa concentração, mas uma conformidade velada ou uma viagem para fora da sala de aula;
- as potencialidades e vivências dos alunos são ignoradas: eles não sabem nada, pois quem detêm o conhecimento é apenas o professor.

Cenário 2:
- caracterizada pela autoridade do professor como condutor de um processo de aprendizado democrático;
- silêncio motivado pela participação e interesse na aula;
- as potencializades e vivências dos alunos são levadas em conta e estimuladas, fazendo-os protagonistas do processo: eles sabem fazer.

Podemos identificar que o Cenário 1, infelizmente, o mais comum em nossas salas de aula, é bem semelhante à relação existente entre o povo e o Estado, no Brasil e em vários outros países. Como disse o historiador Célio Turino, ex-secretário da Secretaria da Cidadania Cultural do MinC, e criador do Programa Pontos de Cultura durante a gestão Gilberto Gil, na abertura da 1ª Teia Regional dos Pontos de Cultura da Macro-Oeste de SP, "o Estado não foi organizado para se relacionar com a sociedade. Quando isso acontece, é normalmente através do assistencialismo e não da autonomia", como se a todo momento nos dissessem: "vocês não sabem, vocês não têm competência". E o silêncio não significa que a situação da população está a contento, mas mostra sim a omissão, o medo de retaliação, o conformismo.

O Cenário 2 me traz à lembrança a participação do músico, compositor, mestre de capoeira, pesquisador de cultura popular e contador de causos Eufraudízio Modesto na Conferência Municipal de Cultura da Cidade de Caieiras em 2009. Na ocasião, o palestrante ressaltou a importância das conferências municipais, estaduais e nacionais como forma de participação da sociedade civíl na elaboração de políticas públicas* nos diversos setores: saúdeeducaçãoculturasegurançaassistência social, etc... Para ilustrar como deve ser essa relação entre Estado e sociedade civíl, Eufraudízio nos disse que "o povo deve ser o corpo e o Estado a roupa, cabendo a esta se adaptar ao corpo, e não o contrário".

Faço, então, essa analogia com a sala de aula: os alunos devem ser o corpo e o professor a roupa. Acredito que se adotarmos isso como prática, nossos alunos de tornarão cidadãos mais atuantes no futuro, conscientes tanto dos seus deveres como dos seus direitos.

* Políticas públicas: conjunto de ações desencadeadas pelo Estado, no caso brasileiro, nas escalas federal, estadual e municipal, com vistas ao bem coletivo. Elas podem ser desenvolvidas em parcerias com organizações não governamentais e, como se verifica mais recentemente, com a iniciativa privada.

Relato de Aula - 4 - Didática

Teoria critica: a quem pertence esse conhecimento?

Discussão a respeito dos textos:

Luckesi: "o novo nasce do velho" / "a escola oficial sempre leva valores de uma classe dominante".

Ponto em comum entre Candau e Luckesi: "a escola não é neutra, pois existem pessoas com visões políticas diferentes".

Para pensar:
"Como o poder e o comprometimento político-social entram na sala de aula?"

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Olhar para o futuro: o ensino de ciências

PIAGET, Jean. O ensino das ciências. In: PIAGET, Jean. Para onde vai a educação. 2.ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1974. p. 15-25.

O modelo atual de ensino não atende às exigências e necessidades da sociedade. É, portanto, necessário realizar uma revisão dos métodos e do espírito de todo o ensino. Não apenas na didática dos ramos científicos (Matemática, Física, Química, Biologia, etc.), mas em várias questões como: o papel do professor pré-escolar, o significado real dos métodos ativos, a utilização dos conhecimentos psicológicos a cerca do desenvolvimento das crianças, e o caráter interdisciplinar.

Valorizar e trabalhar a existência de diferenças individuais de aptidão.

Muitos fracassos escolares se devem à passagem muito rápida do qualitativo (lógico) para o quantitativo (numérico).

Método ativo: pesquisa espontânea da criança ou do adolescente, exigindo-se que toda verdade a ser adquirida seja reinventada pelo aluno, ou pelo menos reconstruída e não simplesmente transmitida – o professor continua indispensável, mas ele deixa de ser apenas conferencista, estimulando a pesquisa e o esforço, ao invés de se contentar com a transmissão de soluções já prontas. Além disso, precisa estar muito bem informado a respeito das peculiaridades do desenvolvimento psicológico da criança ou do adolescente.

Psicólogos & Matemáticos: elaboração de um ensino “moderno”, que consistiria em falar à criança na sua linguagem antes de lhe impor uma outra já pronta e por demais abstrata.

Experimentação: uma experiência que não seja realizada pela própria pessoa, com plena liberdade de iniciativa, deixa de ser, por definição, uma experiência, transformando-se em simples adestramento.

“Compreender é inventar, ou reconstruir através da reinvenção” - é preciso moldar indivíduos capazes de produzir ou criar, e não apenas de repetir.

Existe ou não vantagens em acelerar a sucessão dos estágios do desenvolvimento?

Aspectos importantes:
  • Exercitar a observação;
  • Interdisciplinaridade.