domingo, 19 de junho de 2011

Planejamento

Caros, para mim foi terrível fazer esse fichamento. O texto é muito bom, e cada frase apresenta uma informação importante ou uma observação valiosa.

Aliás, vou comer esse texto com farinha! Quem sabe assim o que está no meu campo das idéias começa a ir para a prática! Afinal, “o ato de planejar exige do educador uma ação organizada”. Para ter uma ação organizada não se pode cair nas garras de algumas tentações, como deixar determinadas tarefas para se fazer depois. Digo isso, pois me vejo postergando por várias vezes determinados momentos do planejamento. Isso prejudica muito a “evolução” da minha prática como educadora de música.

Outra questão: como eu também tenho uma produção cultural, às vezes devido à empolgação momentânea fico imersa num determinado projeto, deixando os demais de “escanteio”.

Enfim, esse texto está me ajudando a visualizar a forma de se trabalhar com o planejamento, de uma maneira leve, mas ao mesmo tempo responsável. Afinal, como diz minha querida amiga Cássia: “Planejar é preciso, mas não deve ser preciso”.

FREIRE, Madalena. Sobre planejamento. In: FREIRE, Madalena et alii. Avaliação e Planejamento: a prática educativa em questão. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1997.

Você não deve pensar "Eu não consigo", pois sonhar é fácil.

Todo fazer pedagógico nasce de um sonho.
          É do sonho que construímos um fazer, “chegamos” à realidade.
                    É na realidade que poderemos trabalhar o enfrentamento do idealizado.


O planejamento organiza, sistematiza, disciplina a liberdade, a nível individual e coletivo. Ele dá os paradigmas para o exercício da prática pedagógica.

O ato de planejar instrumentaliza o aprendizado do prever que desafios propor. Somente através de um planejamento rigoroso pode-se organizar, delimitar e objetivar uma intervenção adequada.

O ato de planejar exige do educador uma ação organizada. Ação organizada não significa ação estática, mas ato constante de reflexão, de intervenção na realidade.

Ter uma ação planejada significa que o educador tem claros seus objetivos. O improvisar é importante na ação pedagógica? Sim, mas quando tenho os objetivos claramente delimitados, a improvisação que possa vir a ocorrer está sob meu controle.

As atividades de um planejamento burocratizam-se quando o educador separa o conteúdo da matéria do conteúdo do sujeito e da dinâmica do grupo: ocasionando assim a perda do significado.

Momentos do planejamento:

1º momento – Observação: dados colhidos, levantamento de questões, levando à análise, reflexão, estudo => hipóteses do planejamento.
2º momento – Acompanhamento da ação: o que está dando certo? O que não? O que estou acrescentando? O que estou tendo que improvisar? Acompanhar, na concepção democrática da educação, não é assistir, cobrar, mas sim interferir, questionar, problematizar, germinando a mudança. É buscar cotidianamente a sintonia entre meus objetivos e minha ação, a sintonia entre teoria e prática.
3º momento – Avaliação do produto conquistado: o conhecimento construtivo. O planejamento nasce na avaliação.

Desafios:
- Viver o planejamento sem deixar de correr o risco de possíveis improvisações.
- Conhecer o que se planeja: conteúdo da matéria e conteúdo do sujeito.

Dúvida:
- O que significa “desequilibração da hipótese do educando”?

~*~*~

MARTINS, Miriam Celeste. Repensando o planejamento do ensino da Arte. In: FREIRE, Madalena et alii. Avaliação e Planejamento: a prática educativa em questão. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1997.

Como planejar atividades que possam manter a concentração e o interesse dos alunos, superando a indisciplina ou a apatia?

Como lidar com as nossas próprias dificuldades advindas tanto de uma formação nem sempre eficaz como também de uma educação básica que relegou a arte a aspectos secundários?

Em algumas disciplinas é possível estabelecer uma seqüência de conteúdos de forma que cada aspecto abordado serve de crédito para a compreensão do que vem a seguir. No ensino de arte isso não ocorre.

Para repensar a ação pedagógica é preciso que percebamos o ser humano não como ser racional, esta, uma definição que não dá conta deste que é um ser simbólico como nos ensina Carrirer. O homem utiliza não só a razão, mas a emoção, os sentidos, os sentimentos e a imaginação como instrumentos para as leituras sensíveis de mundo que são expressas pela arte ou pela ciência.

O conhecimento se constrói na socialização das diferenças, no confronto das diversidades, na amplitude dos pontos de vista inter-relacionados mediados pelo educador.

O modelo autoritário de nossas escolas tradicionais que privilegia apenas a razão, que busca o homogêneo das  respostas iguais, da obediência cega, já não nos serve mais. O modelo espontaneísta, importante como movimento de ruptura de padrões, que reconheciam o alunos como sujeito de seu processo, por sua vez, também já mostrou suas limitações pela falta de sistematização dos conteúdos que constrói, pela redução do papel da autoridade.

Vivemos a busca e a construção de um terceiro modelo. Um modelo que preserve o que foi positivo das concepções anteriores e que vá além.

Na fundamentação de nossa práxis estética, que entrelaça teoria e prática dentro de uma concepção de educação que aspira ser democrática, podemos levantar alguns princípios de ação pedagógica:
- a construção de espaço interno/espaço externo: indivíduo/ambiente;
- a relação dialética do desvelar/ampliar: descobertas/intervenções;

Estímulo sensorial: proporciona o encontro do indivíduo consigo mesmo. Recebe-se aquilo que, potencialmente, se possui.
Desafio perceptivo (estético): situação exterior que proporciona o aprendizado, a interpretação, elucidação, aperfeiçoamento.

Silêncio: exigido pelo berro de uma postura autoritária que toma a forma de um silêncio de omissão, de resistência velada, de submissão ou de uma viagem mental para fora da sala de aula.

Não é a disciplina que promove a aprendizagem e o desenvolvimento. É preciso que, no lugar de promover o silêncio, busquemos a concentração. Só o envolvimento, o interesse, a curiosidade, o desejo do sabor do saber podem gerar concentração intelectual.

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