sábado, 25 de junho de 2011

Entrevista

Quem?
Entrevistei um dos diretores da Associação Amigos da Fanfarra de Caieiras, que além de ser músico da Fanfarra de Caieiras há 30 anos, também é professor de percussão, tuba e teoria musical, além de ser músico da Orquestra Filarmônica de Caieiras.

Onde?
Na sala da minha casa.

Entrevista
Durante uma performance musical, o entrevistado utiliza posturas diferentes, de acordo com o instrumento que está tocando. Ao tocar tuba, procura manter o corpo ereto, porém relaxado, de forma a proporcionar um melhor aproveitamento da respiração e um melhor desempenho na execução do instrumento. Já na percussão a postura é mais à vontade  justamente para facilitar a execução de vários instrumentos ao mesmo tempo, como na bateria.

Ele deixa claro que as posturas podem ter vantagens e desvantagens de acordo com o tipo de instrumento e repertório que se está trabalhando. Na música erudita, é mais fácil e mais estético trabalhar com o corpo ereto, entretanto quem toca na percussão faz muito mais movimentos, não ficando nessa postura o tempo todo. Na música popular é muito mais difícil trabalhar com o corpo ereto, pois tanto para o baterista, que fará as famosas "viradas" e cruzará os braços para tocar o chimbal e a caixa, ou para o percussionista que está tocando tumbadora, um instrumento que requer mais "gingado", a postura erudita não é muito conveniente, pois acabará dificultando a execução do instrumento e não trará benefícios estéticos.

Não precisou fazer nenhuma adaptação em seu corpo para tocar, pois, em suas palavras, os instrumentos já foram feitos de forma a aproveitar a fisiologia do corpo: a forma de respirar, a posição das mãos para segurar a baqueta ou para tocar bongô, por exemplo. Apenas é necessário o estudo para se ter o condicionamento dos movimentos utilizados, aumentar a capacidade respiratória, criar resistência muscular.

Nas aulas, procura observar o corpo do aluno, pois cada um é diferente, adaptando as técnicas do instrumento para obter um melhor resultado para o aluno. Alguns têm mãos maiores, alguns tem mãos menores, alguns tem naturalmente mais agilidade do que outros. Para auxiliar nisso, sempre observou muito outros músicos profissionais, em concertos e apresentações ao vivo, pela TV, vídeos, pois muitos deles também tiveram que adaptar alguma característica do seu corpo.

Considerações
Achei muito interessante fazer essa entrevista, pois acredito que as informações não fluiram apenas em um sentido. Apesar de estar conduzindo as perguntas e meu entrevistado fornecendo as respostas, tenho certeza que ele, através desses questinamentos, passará a destinar mais atenção à participação do corpo em todo o processo musical.

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