Mais um dos textos difíceis de sintetizar que a Professora Enny nos apresentou. Afinal, a cada parágrafo uma idéia interessante é colocada, me fazendo saborear cada palavra como se fosse o mais delicioso manjar dos deuses.
“... Este [o pensamento complexo] configura uma nova visão de mundo, que aceita e procura compreender as mudanças constantes do real e não pretende negar a multiplicidade, a aleatoriedade e a incerteza, e sim conviver com elas”.
Levando-se em conta que algumas descobertas recentes da nossa sociedade já faziam parte da crença de certos povos – como a dança eterna do deus indiano Shiva, representando que o universo está em constante movimento; a fitoterapia; feng chui; etc. – me pergunto: o pensamento complexo é realmente algo novo? Alguma civilização já conseguiu praticar o pensamento complexo? Como seus integrantes conviviam e como era seu ambiente? O que teria acontecido com essa civilização?
Pergunto tudo isso ao vislumbrar o ponto em que chegamos/chegaram/cheguei/chegaremos... E como deixamos/deixaram/deixei/deixaremos chegar a esse ponto? A humanidade do alto do seu pedestal da superioridade se deixou levar durante centenas de anos por um pensamento limitador! Assumo que ando muito irritada com Aristóteles e sua lógica binária, que excluiu a complementaridade e a diversidade e que gerou a concepção da causalidade simples. Ora, isso é a raiz de todos os problemas da humanidade, desde a degradação da natureza até históricos genocídios!
Mas não me permitirei cair nas garras do pessimismo e do desespero, inspirada em minha querida amiga Cássia, pois acredito profundamente que o pensamento complexo é o caminho para um melhor relacionamento do ser humano entre seus pares e com tudo o que existe! E levarei em conta que a lógica aristotélica ao menos foi fundamental para o desenvolvimento dos sistemas computacionais e da automação, das leis da física que regem o mundo ‘macro’ (mecânica).
Teremos, então, efetivamente chegado a um “ponto de mutação”! Onde o pensamento cartesiano claramente não nos atende, mas também não é suficiente o pensamento sistêmico, para atingir os anseios/necessidades atuais da humanidade, como o desenvolvimento sustentado, o resgate da ética e da cidadania, a compreensão do universo e do mundo micro (ou seria ‘nano’?). “Há, portanto, necessidade de complementaridade entre esses dois modelos mentais. O pensamento linear não se sustenta sem o sistêmico e vice-versa. O desenvolvimento sustentado precisa de um modelo de pensamento que lhe dê base e estrutura. Este é o pensamento complexo”.
Toda essa discussão a respeito do pensamento complexo me veio à lembrança quando participei de uma palestra do historiador, escritor e ex-Secretário da Cidadania Cultural do MinC, Célio Turino, na abertura da 1ª Teia Regional dos Pontos de Cultura, em Embu das Artes, no ultimo dia 20 de maio. Entre outras coisas, esse meu querido mestre expôs que há uns 300 anos a sociedade européia rompeu com o círculo, adotando a linha reta como símbolo de organização (haja vista o formato das nossas salas de aula). De forma a propor um novo conceito, que tivesse “um pé” na tradição, mas também vislumbrasse a invenção, motivando rupturas, Célio expôs o modelo de ESPIRAL:
Teremos, então, efetivamente chegado a um “ponto de mutação”! Onde o pensamento cartesiano claramente não nos atende, mas também não é suficiente o pensamento sistêmico, para atingir os anseios/necessidades atuais da humanidade, como o desenvolvimento sustentado, o resgate da ética e da cidadania, a compreensão do universo e do mundo micro (ou seria ‘nano’?). “Há, portanto, necessidade de complementaridade entre esses dois modelos mentais. O pensamento linear não se sustenta sem o sistêmico e vice-versa. O desenvolvimento sustentado precisa de um modelo de pensamento que lhe dê base e estrutura. Este é o pensamento complexo”.
Toda essa discussão a respeito do pensamento complexo me veio à lembrança quando participei de uma palestra do historiador, escritor e ex-Secretário da Cidadania Cultural do MinC, Célio Turino, na abertura da 1ª Teia Regional dos Pontos de Cultura, em Embu das Artes, no ultimo dia 20 de maio. Entre outras coisas, esse meu querido mestre expôs que há uns 300 anos a sociedade européia rompeu com o círculo, adotando a linha reta como símbolo de organização (haja vista o formato das nossas salas de aula). De forma a propor um novo conceito, que tivesse “um pé” na tradição, mas também vislumbrasse a invenção, motivando rupturas, Célio expôs o modelo de ESPIRAL:
Acredito que talvez possamos fazer uma analogia semelhante a essa:
Aos colegas que lerem esse texto, deixo o pedido de complementarem a idéia!
Outros pontos expostos pelo professor Humberto Mariotti que achei muito interessantes, de forma a corroborar a opinião de que o pensamento complexo é, se não a única, uma das melhores soluções para a situação atual da humanidade são:
- um dos princípios do pensamento complexo é o de que não há fenômenos de causa única no mundo natural;
- como permite perceber e entender as situações com mais clareza, extensão e profundidade, o pensamento complexo permite aumentar a capacidade de tomar decisões de grande amplitude e longo prazo;
- através do pensamento complexo percebemos que:
- soluções imediatistas podem provocar problemas ainda maiores do que aqueles que estamos tentando resolver;
- os melhores resultados vêm da conversação e do respeito à diversidade de opiniões, não do dogmatismo e da unidimensionalidade;
- o imediatismo e a inflexibilidade são os primeiros passos para o subdesenvolvimento, seja ele pessoal, grupal ou cultural.
COINCIDÊNCIAS A PARTE: expus essa questão a respeito da espiral à professora Enny. Qual não foi minha surpresa quando ela me disse que no livro "A árvore do conhecimento" de Humberto Maturana, neurobiólogo chileno que também é um dos pensadores sistêmicos atuais, tem uma figura de um lagarto comendo o próprio rabo, fazendo referência a uma espiral!
Espiral: cíclico, continuidade, recorrência...
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