Há pouco tempo que venho participando de exercícios de improvisação. Apenas através das aulas no ateliê da professora Enny Parejo e das aulas na Faculdade Cantareira que tive acesso a essa linguagem.
Ainda sinto um pouco de nervosismo quando chega a "minha vez" de improvisar durante uma prática. Fico muito mais tranquila quando tenho que reproduzir algo que está escrito na partitura. Ao mesmo tempo, gosto muito de participar desses exercícios. É uma sensação de liberdade muito boa de ser sentida. Uma liberdade controlada, é fato.
Como mencionei numa postagem anterior, tenho praticado esses exercícios com meus alunos. Utilizo o formato de diálogos, que me parece mais próximo da minha compreenção, e da compreenção deles no que diz respeito à mensagem que uma música pode passar. E até mesmo para ajudar futuramente na análise de frases das músicas.
Tenho mesclado esses exercícios com o ensino convencional da notação musical. Tem surtido um resultado muito bom, tanto para dar um descanso da teoria para eles, como para formar músicos bem menos travados que a professora!
RESUMO DO TEXTO
- Improvisar, num sentido geral, implica criar respostas imediatas para as mais variadas situações da vida cotidiana.
- Para imrpovisar, é necessário articular o pensamento, as idéias e as ações; conhecer e contar com um repertório de informações a respito do assunto; estar alerta, animado, com iniciativa e criatividade para relacionar, fazer, inventar.
- Improvisar envolve uma série de capacidades, não se limitando a realizações superficiais, sem planejamento ou organização.
- Ao improvisar, o músico estabelece critérios baseados em referenciais externos e internos. Com base em suas experiências, ele seleciona o material com que irá trabalhar durante a improvisação, surgem idéias musicais que se transformam e amadurecem.
- Improvisar é um dos modos de realização musical, ao lado da interpretação e da composição.
- Independe da notação e não tem como meta a perpetuação, mas sim a comunicação imediata.
- No ensino musical acadêmico é valorizado sobremaneira o compositor e o intérprete, havendo pouquissimo espaço para a improvisação. Não é raro, ainda hoje, encontrar instrumentistas que, capazes de interpretar peças musicais complexas, sentem grande dificuldade para improvisar.
- Segundo Gainza, a improvisação é uma forma de jogo-atividade-exercício que permite projetar e absorver elementos ou alimentos musicais numa constante retroalimentação. Na improvisação existem distintos graus de intenção ou de consciência que nem sempre condicionam a qualidade do produto, já que uma improvisação - livre ou dirigida - pode ser criativa ou pobre, bem ou mal estruturada.
- A improvisação deve ser entendida como uma ferramenta pedagógica importante, que acompanha todo o processo de educação musical.
- Hans-Joaquim Koellreutter, adverte que "nada deve ser tão preparado como uma improvisação", alertando para a confusão entre improvisar e "fazer qualquer coisa" (o que ele chama de "vale-tudismo").
- Um jogo de improvisação pode trabalhar, além do desenvolvimento rítmico, por exemplo, algumas capacidades humanas, como a concentração, a autodisciplina, o trabalho em equipe, a criatividade, a memória e o senso crítico, entre outras questões.
- Por meio dos jogos de improvisação, as crianças de expressam musicalmente e dão aos educadores a oportunidade de observar e analisar como elas ouvem e percebem, como se relacionam com os materiais sonoros, se criam melodias, se mantêm um pulso regular, se exploram diferentes níveis de intensidade do som, etc.
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