
Ensino instrumentos de sopros da família dos metais para grandes grupos há alguns anos. Já utilizo algumas experiências que foram relatadas no texto, como dividir a turma em pequenos grupos para melhor aproveitamento e percepção da sonoridade individual. Entretanto, como o objetivo do meu trabalho é a formação dos alunos para a participação num grupo artístico, e tendo em vista a complexidade de se produzir as notas num instrumento de bocal, acredito que fico demasiado tempo praticando as técnicas e procurando fazer com que os alunos alcancem as diversas notas da escala do instrumento, para depois começarmos a prática de repertório.
Através dessa leitura, conectando com demais assuntos discutidos durante o curso, consegui vislumbrar possibilidades de se trabalhar o repertório mesmo com alunos muito iniciantes. Principalmente no que tange aos arranjos a duas vozes.
Também pude perceber que estou no caminho certo quanto a minha posição de professora, sempre questionando meus próprios métodos e procurando aperfeiçoar cada vez mais minhas técnicas e didática.
RESUMO DO TEXTO
- A maioria dos métodos de flaut doce propõe uma coletânea de repertório organizada progressivamente em relação à dificuldade técnica.
- A obra de Akoschky e Videla diferencia-se das demais por vincular o ensino instrumental com conhecimentos e experiências musicais mais amplas.
- São raras as propostas de ensino de flauta doce direcionada a aulas de música em escolas de 1º e 2º graus, com turmas formadas por mais de 20 alunos que não optaram em aprender a tocar esse instrumento.
- O texto oferece a aplicação de uma proposta de ensino coletivo do instrumento.
- A metodologia selecionada foi a pesquisa-ação, a qual envolve sempre um plano de ação baseado em objetivos, processo de acompanhamento e controle da ação planejada e no relato desse processo, sendo centrado da figura do professor/pesquisador.
- O projeto foi desenvolvido com uma turma de 22 alunos da 3ª série do 1º grau, na faixa de 8 a 9 anos de idade, durante o ano letivo de 1996.
- Na execução do repertório, os alunos foram incentivados a explorar diversas formas de interpretação, através da utilização de articulações, andamentos e dinâmicas variadas.
- A introdução de uma peça nova foi trabalhada tanto por imitação como a partir da leitura de partitura.
- Em alguns casos, o ritmo e a melodia foram solfejados separadamente.
- No início da aula, solicitava-se que os alunos colocassem as suas idéias sobre os temas tratados, o que possibilitou que se partisse do conhecimento prévio dos alunos.
- Preocupação com a integração entre as atividades de composição, execução e apreciação musical.
- Quanto à digitação das notas na flauta, foram introduzidas simultaneamente as notas dó4 e lá3, conforme sugere Frank (1980). Entretanto, verificou-se que a sonoridade poderia ter sido melhor resolvida com a introdução de apenas uma nota de cada vez, como sugere Videla e Akoschky (1967), Rocha (1986) e Tirler (1976), por conta do grupo numeroso.
- A quantidade de alunos na turma dificulta o controle da sonoridade produzida individualmente. Esse problema foi diminuido nos trabalhos em pequenos grupos.
- Em relação à escrita musical, percebeu-se uma certa resistência dos alunos em utilizá-la. Do ponto de vista dos alunos, a atividade de tocar parece ser mais significativa e prazeirosa do que a de escrever.
- Diversidade de interesses dos alunos em relação ao estudo de flauta. As diferenças entre os alunos, em relação ao dompinio instrumental, aumentaram significativamente a sua autocrítica. Percebe-se a idéia de que a escola "não é lugar para se errar".
- Quatro categorias de repertório foram utilizadas: peças para execução instrumental e/ou vocal; canções folclóricas para serem arranjadas pelos alunos, as suas próprias composições e gravações para atividades de apreciação musical.
- Melodias trabalhadas em partes / vozes, construídas paenas com uma ou duas notas, facilitando o controle da sonoridade e da emissão, sem prejudicar o resultado musical.
- Também trabalhou com ostinatos tocados pelos alunos com melodias mais complexas executadas pela professora.
- Enfase no ensino de música, ao invés do foco no ensino do instrumento.
- Importância da figura do professor/pesquisador. "A prática cotidiana do professor é um desafio permanente que resiste a fórmulas, modelos, soluções externas, e um convite para um ensino criativo, experimental e para uma pesquisa na ação".
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