Na maior parte do tempo, eu não trabalho em escolas. Trabalho na ONG “Associação Amigos da Fanfarra de Caieiras” - com muito orgulho (hahá!) - que desenvolve um trabalho muito interessante com as escolas do município. Através dessa parceria, levamos o ensino de música e expressão corporal para os bairros da periferia, realizando as aulas todos os sábados de manhã utilizando o espaço da escola.
Estou envolvida com esse projeto desde 1994, mas até 2007 eu trabalhava mesmo como Analista de Sistemas, desenvolvendo e implantando programas de computador em várias indústrias. Apenas agora estou voltada integralmente para o ensino de música.
Entretanto, essa questão da “escola” sempre foi um assunto muito interessante para mim: “como está a escola?”, “críticas à escola...”, “na minha época, a escola...”, e assim por diante. Eu, particularmente, sempre gostei muito dessa instituição – exceto as aulas de Educação Física, por que eu era péssima nisso!
Uma frase da Professora Ruth me fez refletir: ela disse ironicamente “Todos entendem de escola”. Todos querem opinar/criticar esse ambiente. Mas com qual EMBASAMENTO? Com qual intenção? O que EU estou fazendo em relação a isso? Antes de tudo, é necessário saber o contexto histórico, como chegamos nessa situação. Percebo que nessas aulas iremos conversar muito sobre isso, e essa minha ânsia de “porquês” será saciada.
A professora nos expõe que até determinada época as escolas eram restritas para determinados grupos da sociedade, principalmente relacionados às igrejas e à nobreza. No século XVIII, a Revolução Francesa aparece com o ideal de uma “Escola para todos”, de forma a garantir a igualdade de direitos. Entretanto, esse “todos” não foi tão abrangente, pois apenas a burguesia foi contemplada.
No Brasil, apenas a partir da década de 70 que a educação se volta para as massas. Esse crescimento exponencial da estrutura do sistema de ensino, entre outros, causou esse caos que vivemos atualmente, onde ao final do 1º grau, de 10 crianças que terminam, apenas 2 sabem ler e escrever. E em 2011, o Brasil, o “país do futuro”, ocupa o 68º país em educação (entre 100 países).
Procurando mais informações a respeito de toda essa questão histórica, encontrei algumas preciosidades na internet... verdadeiras pérolas, como essa crítica a dois ensaístas americanos:
http://emsemicirculo.blogspot.com/2008/03/escola-pblica-no-comeou-no-sculo-xix.html
Esse texto da Professora Elisa Kerr, falando sobre a infância na Idade Média:
http://elisakerr.wordpress.com/crianca-rupestre/a-infancia-apos-a-idade-media/
E essa matéria da Revista Mundo Estranho, que explica como surgiram as primeiras escolas:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cultura/conteudo_289910.shtml
Perguntas que não querem calar: "Como nós aprendemos? Que mecanismos são acionados?"
Piaget, Vigotsky e Bruner responderam essas perguntas, cada um a seu modo.
E sobre suas teorias nós iremos nos debrussar durante esse semestre.
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